Eleições Municipais 2020: baixa representatividade da população com deficiência

Caio Souza, advogado e presidente da Comissão de Defesa de Direitos da Pessoa com Deficiência, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ), conversou com Dylan Araujo, no programa Revista Rio desta quarta-feira (02), sobre a baixa representatividade da população com deficiência nas eleições municipais de 2020.

Dos 5.568 municípios brasileiros, onde houve votação (exceto Macapá, com eleições no próximo fim de semana), apenas 32 câmaras municipais e duas prefeituras terão representantes com deficiência. São mais de 57.600 vereadores eleitos no país, mas somente 33 têm algum tipo de deficiência, o equivalente a 0,057% do total.

Em relação aos dois únicos prefeitos, eles irão governar cidades goianas: Wander Saraiva, em Abadia de Goiás; e Odair Odélio, em Bom Jesus. Eles correspondem a 0,055% do total de prefeitos eleitos em todo o Brasil.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 24,5% da população brasileira têm algum tipo de deficiência. Ainda há um longo caminho de luta por representação política a ser trilhado neste segmento.

"A partir do momento em que você não tem uma pessoa com deficiência eleita em um cargo de vereador, no Legislativo, ou em um cargo do Executivo, você terá uma dificuldade de entender qual é a pauta que essa população precisa dentro do município", explica Caio Souza. Segundo ele, é fundamental que as pessoas com deficiência participem da elaboração das políticas públicas pensadas para essa população.

Caio também chamou atenção para o dia 03 de dezembro, Dia Internacional de Luta da Pessoa com Deficiência, "esse dia tem que ser celebrado", ressaltou ele.

As dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência podem estar relacionadas ao pequeno número de candidatos e candidatas portadores de algum tipo de deficiência. Esse e outros assuntos foram discutidos nesta entrevista.

Ouça a conversa na íntegra clicando no player: