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Flautista Altamiro Carrilho é homenageado pela Rádio Nacional

Saudoso flautista, integrante do time de músicos contratados pela Rádio Nacional, Altamiro Carrilho vive em suas mais de 200 composições musicais

Tarde Nacional - Rio de Janeiro

No AR em 15/08/2019 - 20:46

Morria, aos 87 anos, no Rio de Janeiro, na manhã do dia 15 de agosto de 2012, o flautista Altamiro Carrilho, após uma longa internação hospitalar devido a problemas pulmonares. Altamiro foi um virtuoso da flauta transversal, com mais de 200 músicas compostas e mais de uma centena de discos gravados. O primeiro disco de Altamiro foi "A bordo do Vera Cruz", de 1949. Nos anos seguintes, gravou trabalhos como "Choros imortais" (1964), "Clássicos do choro" (1979) e "Pixinguinha de novo" (1998). A música Rio Antigo foi um de seus maiores sucessos, registrando a marca recorde de 960 mil cópias vendidas. A música foi composta para comemorar os 400 anos da fundação do Rio de Janeiro, em 1965.

Altamiro, quando menino, escolheu tocar a lira. A paixão pela flauta surgiu na adolescência. Na Rádio Nacional, no programa Calouros em Desfile, de Ary Barroso, conseguiu uma oportunidade de se apresentar ao público. Acabou fazendo parte do cast de instrumentistas da casa. Ganhou fama de improvisador e começou a participar de grupos, discos e shows. Em 1951, acabou por substituir Benedito Lacerda no conjunto regional de Canhoto. Passou a acompanhar nomes como Vicente Celestino, Francisco Alves e Orlando Silva.

Em 1956, Altamiro formou a Bandinha de Altamiro Carrilho, com a qual gravaria dezenas de discos. Ele não fazia sucesso só no rádio, mas também na TV Tupi, no horário nobre. A bandinha funcionou até 58 no programa Em tempo de música, de grande audiência. Mulher Rendeira com a bandinha de Altamiro Carrilho é uma raridade...

O filho mais famoso da cidade de Santo Antônio de Pádua, no Norte Fluminense, Altamiro conta que durante o primeiro teste no rádio, ele teve que segurar a flauta velha com cuidado porque estava toda presa por elásticos. Hoje, é considerado um dos músicos que eternizaram a canção Carinhoso, de Pixinguinha.

Uma história curiosa, contada por Rose Esquenazi, autora do blog O Rádio faz história,  aconteceu quando o flautista notou que havia um novato em Niterói, apresentando, no rádio, um programa muito animado. Era um tal de Abelardo Barbosa, ainda desconhecido, e seu horário era tão simples que não tinha sequer prefixo musical. Por amizade, Altamiro compôs Flauteando na Chacrinha, que passou a abrir os programas da Rádio Clube de Niterói. Flauteando na chacrinha, de Altamiro Carrilho...

Altamiro Carrilho fez inúmeras turnês internacionais nos anos 60 e 70. Viajou para Portugal, Espanha, Inglaterra, França, Estados Unidos, Alemanha. As semanas que iria tocar no México se transformaram em um ano inteiro de apresentações. Foram três meses na Rússia e, em Israel, as pessoas lotaram a sala de concerto. Em 1987, Altamiro acompanhou a cantora Elizeth Cardoso ao Japão, fazendo com que os japoneses passassem a amar ainda mais a música brasileira. Com um talento único para unir o clássico e o popular, Altamiro gravou os Clássicos em Choro, e com esse trabalho ganhou o Prêmio Sharp, em 1997. Pour Elise é o tema que você ouve a seguir, de de Beethoven... (ouça a homenagem com as músicas citadas clicando no player!)

O mais antigo prêmio, porém, foi o Troféu Microfone de Ouro, instituído pela revista Radiolândia, em 1958. Quarenta anos depois, em 1998, o então presidente Fernando Henrique Cardoso, em reconhecimento à luta de Altamiro em defesa da música, lhe conferiu a Ordem do Mérito Cultural.
A família Carrilho é responsável pela fundação da Escola Portátil de Música no Rio de Janeiro e, depois, da Casa do Choro. Grandioso legado para estudantes, profissionais e admiradores do gênrero!!! Viva Altamiro Carrilho! Clique no player para ouvir a homenagem!

 

 

Criado em 15/08/2019 - 21:30

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