Carlos Terra, presidente do grupo de Fígado do Rio de Janeiro falou ao programa Alô Daisy sobre a preocupação dos hepatologistas com os riscos à saúde que suplementos alimentares e produtos fitoterápicos representam.
“É fundamental que haja maior rigor e controle sobre esses produtos, pois os casos de intoxicação são cada vez mais frequentes”, defende o presidente da entidade. Ele explica que os produtos fitoterápicos e suplementos alimentares não são considerados medicamentos e por isso não têm sua eficácia comprovada por testes, que apresentariam sua ação sobre o corpo humano. Outros produtos, como o chá verde, têm composições que podem variar de acordo com o fabricante. “Algumas substâncias naturais são de fato favoráveis ao organismo, mas é preciso que haja alguma fiscalização, até mesmo para assegurar a presença dos elementos benéficos nos produtos comercializados”.
O Grupo de Fígado do Rio de Janeiro promoveu nesta semana a 24ª Semana de Fígado, onde discutiram os os riscos à saúde destes produtos.
São cada vez mais comuns as complicações hepáticas provocadas por esses produtos. A observação empírica nos consultórios é atestada por recente estudo divulgado na publicação norte-americana Hepatology, que registrou crescimento de 200% nos casos de lesões hepáticas decorrentes de suplementos alimentares. O transplante de fígado e o óbito no grupo de usuários foram 15% mais frequentes do que em pacientes que não tomavam suplementos.
Alô Daisy vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 11h04, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro.