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Vida e obra da poeta Marly de Oliveira estão no Momento Literário

A poeta identifica em sua obra influências de Cecília Meireles, Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto

Antena MEC

No AR em 31/08/2021 - 18:00

Marly Oliveira, poeta brasileira, foi professora de língua e literatura italiana, assim também como de literatura hispano-americana. Nasceu no Espírito Santo em 11 de junho de 1930. Formou-se em Letras Neo-Latinas na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. Com uma bolsa de estudos foi estudar na Itália, em Roma. Ali conheceu o grande poeta Giuseppe Ungaretti, seu incentivador.

De volta ao Brasil se torna professora na PUC Rio e se casa com o diplomata Lauro Moreira. Na década de 1980  se casa de novo,  desta vez com o grande poeta João Cabral de Melo Neto. Nos anos 1990 já tinha um nome consolidado na literatura e como poeta venceu vários prêmios tais como: o Jabuti, pelo livro "O Mar de Permeio".

Sua obra reúne muitos livros de poesia, como "Cerco da Primavera", "Explicação de Narciso", "Contato", "A força da paixão & a incerteza das coisas" e "Uma vez, sempre", entre outros.

Participou também de antologias e sempre se descreveu como uma poeta que trazia na sua poesia um pouco de outros poetas, como Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto e outros que conhecia de perto nos saraus e encontros literários da época.

Marly de Oliveira, morreu em 1º de junho de 2007, mas sua poesia segue falando do olhar da mulher que viveu profundamente cada minuto da vida e dizia ter cada vez menos medo de se enfrentar. Temas tratados abaixo em "Perdi a capacidade do assombro". 

perdi a capacidade do assombro

 

Perdi a capacidade de assombro
mas continuo perplexa:
esta cidade é minha, este espaço
que nunca se retrai,
mas onde o ardor da antiga
chama, que me movia no mínimo
gesto?
esperei tanto, no entanto, esvaem-se
na relva, ao sol, no vento,
os sonhos desorbitados,
parte da minha natureza
sempre em luta com o fado.
perdi também no contato
com o mundo, pérola radiosa, vão pecúlio,
uma certa inocência;
ficou a nostalgia de uma antiga
união com o que existe,
triste alfaia.

Criado em 31/08/2021 - 16:36 - Episódio Momento Literário - Marly de Oliveira

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