Ivna Chedier Maluly é a autora em destaque no Momento Literário

Com a proximidade das comemorações do bicentenário da Independência do Brasil, a escritora Ivna Chedier Maluly lança o livro Memórias de Pedro, o último Imperador do Brasil.

A autora, na sua escrita ficcional, deu vida à estátua de Dom Pedro II para contar histórias nos jardins do Museu Imperial em Petrópolis. Aliás, a cidade serrana é a cidade natal da escritora que vive há 20 anos em Lyon, na França, com o marido e o filho.

Ivna é jornalista e autora também dos livros Cadê seu peito, mamãe?, Gabriel e a fraldinha, Maria Luiza e a banheirinha, além de títulos independentes como O samba faz 100 anos.

Ela tem ainda textos publicados em várias coletâneas nacionais e internacionais e atualmente trabalha com educação e mídia de jovens e adultos. Aliás, este novo livro, cuja história fala dos sentimentos que possivelmentte Pedro II teria sobre atitudes que tomou e outras que deixou de tomar no seu reinado, é uma publicação para adolescentes.

Ivna, junto com a ilustradora Aline Halush, fez um trabalho em que personifica a estátua de Dom Pedro II que fica nos jardins do Palácio em Petrópolis e mostra o que poderia pensar o último imperador brasileiro diante dos que passeiam pelos jardins como podemos exemplificar neste pequeno trecho do livro:

“Meus pés estão fincados neste jardim tropical. Nem consigo movê-los, nem posso. Há também crianças, muitas. Algumas gostam de subir em cima de mim para puxar a minha barba de bronze, como se deveras barba fosse. Outras acariciam minhas botas. estas que marcharam nos campos sangrentos da guerra do Paraguai. Deveríamos ter evitado esse confronto por meio de uma bem-sucedida negociação diplomática”.

A obra mistura passagens históricas verdadeiras com reflexões ficcionais do que Pedro II poderia estar pensando hoje sobre seus atos no passado. Para a escritora petropolitana que considerava na infância que os jardins do palácio eram uma extensão da sua casa, porque brincou muito ali, havia a ideia de levar as lembranças que tinha do lugar para outros jovens que podem visitar o museu ou querer saber mais da história de um imperador que falava 14 linguas, foi criado dentro das rígidas regras da monarquia, mas queria ser simples e andava no meio do povo.

Era curioso, estudioso das artes e das ciências, além de apaixonado pelo meio ambiente, os parques e florestas do Brasil. Um homem, que depois de conhecer o cientista escocês Graham Bell pessoalmente, se entusiasmou e trouxe para o Brasil o primeiro telefone. 

São muitas curiosidades sobre este imperador que deixou o Brasil com a família quando houve a Proclamação da República e morreu longe do país onde reinou por várias décadas.

Ivna Chedir Maluly diz que sentia que precisava escrever alguma coisa sobre este grande personagem, suas aflições e conflitos, erros e acertos, medos e alegrias, força e coragem. O livro conta um pouco dessa história que a autora acredita ser um pouco da história do Brasil também, afinal com seus defeitos e qualidades, segundo ela, o imperador foi prisioneiro do próprio destino, mas cumpriu com a tarefa de governar até o final, até quando foi possível.