Uma biografia joga luz sobre uma artista de personalidade marcante da música paulistana, que teve uma carreira meteórica, e uma estrela que se apagou de forma melancólica, há exatos 30 anos: Miriam Batucada. O livro "A história incompleta de Miriam Batucada" (Selo Popessuara), do escritor, historiador e comunicólogo Ricardo Santhiago, resgata a trajetória dessa cantora e compositora pouco conhecida pelas novas gerações.
A sambista, lésbica, feminista, de forte sotaque italiano da Mooca, deixou sua assinatura com bom humor e ritmo inconfundíveis. Viveu entre 1947 e 1994 e marcou época pela habilidade de transformar as mãos em instrumento percussivo e por sua voz alegre e verborrágica. Foi também figurinha fácil em programas de auditório nos anos 80, como jurada ou até em humorísticos. Mas ela morreu no ostracismo, de infarto, sozinha em casa, e o corpo só foi encontrado 20 dias depois.
Clique no player acima e confira uma entrevista com Santhiago, que conta detalhes da personalidade, da produção artística ousada e das questões relacionadas à orientação sexual da artista. Ele fala, ainda, do álbum "Infiel, marginal e artista”, disco com as composições de Miriam nas vozes de outros cantores.