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Brasileiro é um dos ganhadores do Whitley Award, maior prêmio mundial da área ambiental

Com o projeto de proteção a espécies de botos em risco de extinção, biólogo gaúcho recebe o maior prêmio mundial de conservação da biodiversidade em países do hemisfério sul

Brasil Rural

No AR em 17/08/2021 - 08:40

Whitley Fund for Nature (WFN), é uma instituição sediada no Reino Unido que, anualmente, oferece prêmios e apoio constante a pesquisadores que se destacam, principalmente em países em desenvolvimento, pelos seus trabalhos em prol da biodiversidade. Esta premiação é o o maior prêmio mundial de conservação da biodiversidade em países do hemisfério sul.

O biólogo gaúcho Pedro Fruet, co-fundador da organização não-governamental Kaosa, foi um dos sete ganhadores desse prêmio em 2021, e conversou com o Brasil Rural sobre seu projeto de proteção à espécies de botos, em risco de extinção.

Segundo o biólogo, o prêmio é dado a pessoas focadas em conservação da natureza, e não é só pago em dinheiro (40 mil libras para realização do projeto), mas a instituição apóia os ganhadores também com treinamento de mídia. Isso ajuda a aumentar e incrementar a rede de contatos do ganhador com outras instituições de pesquisa, e buscar outras oportunidades de financiamentos.

Falando sobre a iniciativa premiada, Fruet conta que a atuação começou em 1974, com os primeiros esforços de pesquisa sobre populações de botos. Só a partir de 2005, os pesquisadores conseguiram implementar os estudos de forma sistemática, dando continuidade ao projeto.

“Esse prêmio que estamos recebendo, (de um projeto) que iniciou de uma forma difícil de dar continuidade, agora está coroando o trabalho de longo prazo. Desde 2015, nós estamos tendo um problema com capturas acidentais em redes de pesca. Então os botos acabam morrendo nessas redes de pesca. Temos ali uma população muito pequena, de aproximadamente 90 a 100 indivíduos naquela área da Lagoa dos Patos. Quando tem uma remoção não natural (pela rede de pesca), isso causa um problema muito grande para a dinâmica da população. Então foi criada uma área de proteção, onde os pescadores não poderão pescar onde os botos ocorrem com maior intensidade”, explica o pesquisador.

O entrevistado reforça o caráter socioambiental do projeto, que,além de monitorar os animais, atua junto aos pescadores para conscientizar sobre o impacto da pesca ilegal e entender quais as demandas destes profissionais. Entre os próximos passos do projeto, está um mapeamento para entender o porquê da manutenção da pesca indevida, tanto da parte dos pescadores quanto de instituições que regulam o ambiente marinho. Os pesquisadores também estão desenvolvendo um aplicativo para que pessoas da região possam reportar atividades de pesca ilegal, bem como capacitar professores e profissionais ligados ao turismo.

Ouça a entrevista completa no player acima.

 

 

Tags:  Boto

Criado em 17/08/2021 - 11:02

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