Para falar sobre o sistema de controle de carrapatos o Brasil Rural conversou com Renato Andreotti e Silva, pesquisador da Embrapa Gado de Corte de Campo Grande, Mato Grosso do Sul
O pesquisador ressalta que é importante conhecer em detalhes a ecologia dos agentes que causam prejuízos na cadeia produtivo, a partir daí é possível oferecer opções de manejo para nichos de mercado diferenciados.
"Se você vai trabalhar com bovino orgânico você não pode usar produtos químicos, ou você tem algum produto diferenciado que você quer reduzir o nível de contaminação então você pode usar o manejo para controlar o carrapato sem a utlização de acaricidas", esclarece.
Ele revela que em estudos conduzidos pela Embrapa verificou-se que, com 28 dias, é possível separar o carrapato do boi. "Então nós fizemos uma proposta de rotação com quatro pastos, divididos com cerca elétrica com a mesma densidade que você tem numa fazenda normal", conta Renato. Segundo ele, a alternância dos bois entre as pastagens dificulta a sobrevivência do parasita. "Se você tirar o boi do pasto, com 84 dias é possível matar quase 100% das larvas da pastagem."
O pesquisador esclarece que a opção pelo manejo apresenta vantagens em relação ao uso de químicos: "o problema do uso de acaricidas é o desenvolvimento de resistência dos carrapatos aos produtos químicos, então todo ano você tem que ficar fazendo teste para saber qual produto vai funcionar na propriedade".
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