O mundo inteiro tem assistido ao desaparecimento crescente de colônias de abelhas, especialmente da espécie mais utilizada para a polinização de plantas cultivadas, a Apis mellifera (abelha européia), que se adapta facilmente a diferentes ecossistemas, formas de manejo e é generalista na busca de recursos. Junto com outros insetos e animais, as abelhas têm responsabilidade direta no aumento da produtividade agrícola, já que cerca de 70% das plantas utilizadas no consumo humano dependem de polinização.
Para tratar a fundo o assunto, um artigo publicado recentemente na revista norte-americana Science, tirou como como base o estudo internacional coordenado pela Plataforma Intergovernamental para Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, sigla em inglês) que reuniu especialistas de sete países – Reino Unido, Brasil, Suécia, México, Austrália, Argentina e Japão – para avaliar o declínio das populações de abelhas no mundo e propor políticas públicas de proteção a esse e outros polinizadores.
Em entrevista ao Brasil Rural desta quinta-feira (1), Carmen Pires, pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e uma das autoras do artigo, esclarece que o desaparecimento de abelhas melíferas no mundo é um somatório de diversos problemas. Entre os quais destacam-se: uso de agrotóxicos; perda dos habitats naturais em decorrência dos diversos usos da terra, incluindo aumento da fronteira agrícola; patógenos e parasitas que atacam as colônias e mudanças climáticas.
A versão resumida deste estudo será apresentada na 13ª reunião da COP (Conferência das Partes), que acontece em Cancun, México, no período de 4 a 17 de dezembro.
Confira a íntegra da entrevista, no player acima.
O Brasil Rural vai ao ar, de segunda a sexta-feira, de 6h às 7h, sábado, às 7h, e domingo, às 6h, pela Rádio Nacional AM de Brasília. A apresentação é de Marcelo Ferreira.