Diversos instrumentos musicais são utilizados na música de concerto. Instrumentos como violino, piano e flauta estão entre os mais populares. Porém, existem outros instrumentos que, embora hoje em dia não sejam tão familiares, em tempos remotos, já foram os instrumentos principais da música de determinada época. Esse é o caso dos instrumentos medievais, tema do Caderno de Música deste sábado (6).
O saltério é constituído por uma caixa oca de madeira, o seu formato pode variar de triangular a trapezoidal. Ele possui um número variável de cordas que costumam ser beliscadas com uma pena ou pelectro, uma espécie de palheta, percutidas com martelos ou friccionadas com arco. Ainda entre os instrumentos de cordas, temos a cítola, formado por um corpo de madeira e um braço em que são prendidas quatro cordas de metal. A cítola ou cistre, como também é chamada, tem seu som produzido por meio das cordas que são beliscadas com os dedos ou com o auxílio de um pelectro.
Já a viela medieval tem suas cinco cordas friccionadas por um arco e o seu formato lembra as atuais violas de orquestra. Porém, como possuem o corpo ligeiramente maior do que as violas, ele é apoiado entre as pernas do instrumentista, como os violoncelos de hoje em dia.
Outro instrumento tocado com arco é a rebec ou rabeca. Em formato de pera, a rabeca possui o tamanho bem menor que a viela e é constituída de apenas três cordas. Inicialmente, a rabeca também ficava apoiada nas pernas instrumentista, mas ao longo do tempo, passou a ser tocada em posição horizontal e apoiada mais próxima à altura do ombro, sendo este um dos fatores que faz a rabeca ser considerada um dos antecessores do violino.
Um instrumento medieval bastante interessante é a viela de roda. Neste instrumento, o músico com uma mão roda uma manivela que, por meio de um disco, faz com que as cordas vibrem. Conectado a tais cordas, encontra-se um teclado que é acionado pelo instrumentista com a outra mão.
O alaúde, embora tenha seu auge no renascimento, também é um instrumento de origem medieval. Ele possui corpo em formato de gota e braço alongado, assim como a harpa medieval. O seu tamanho é menor e com número de cordas reduzido em relação à harpa contemporânea.
E dentre os instrumentos de sopro, podemos destacar o corneto e a charamela. O corneto é um instrumento feito de marfim ou madeira, de bocal semelhante ao trompete, mas com orifícios cuja abertura é controlada pelos dedos, assim como a flauta.
Já a charamela é considerada um dos ancestrais do oboé. Ela possui palheta dupla e, igualmente ao corneto e a flauta, também tem suas notas controladas por orifícios presentes no corpo do instrumento.
Os instrumentos de percussão medievais são inúmeros. O primeiro que vamos listar é um híbrido entre sopro e percussão: o galubé e tamboril. Trata-se, na verdade, de dois instrumentos que são tocados em conjunto. Enquanto com uma mão o instrumentista toca o galubé, uma espécie de flauta, com a outra é tocado com uma baqueta de madeira o tamboril, um tambor que o instrumentista carrega com o auxílio de uma alça chamada talabarte.
Usado até os dias atuais nas orquestras, temos o carrilhão, uma série de sinos de metal afinados e, por isso, de tamanhos diferentes. Presente principalmente nas igrejas, os sinos do carrilhão são acionados por uma espécie de teclado de madeira tocados pelo instrumentista. Ao ser incorporado pela orquestra, o carrilhão sofreu adaptações e os sinos se transformaram em tubos de metal tocados com martelos pelo percussionista. Mesmo assim, a sonoridade imponente do carrilhão se manteve e continua a lembrar a dos sinos de uma igreja.
Além do tamboril e do carrilhão diversos outros instrumentos de percussão foram empregados na música medieval tais como tambores genéricos, triângulo e pratos. Já em relação aos instrumentos de sopro, a música medieval emprega, além dos que já falamos anteriormente, diversas flautas, as gaitas de fole, o trompete medieval e o órgão.
Conheça o som de cada um desses instrumentos no Caderno de Música, que vai ao ar no sábado, às 11h30, na MEC FM.