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Entenda a inflação e o impacto dela no seu bolso

O Em Conta fala dos estragos que uma inflação alta provoca no salário,

Existem quase 40 tipos diferentes de medir a inflação no Brasil, mas a que mais chama a atenção, até do Banco Central, que, em princípio, tem o dever de controlar os preços, é a chamada inflação oficial, medida mês a mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através do IPCA, que é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, coletado mensalmente junto às famílias com renda de até 40 salários-mínimos.

 

Quando essa inflação está alta mexe com uma porção de coisas. O programa Em Conta, da Rádio Nacional a Amazônia, fez um especial sobre o tema, com conteúdo exclusivo para web.

 

Nesta quinta-feira (6), a prosa é toda ela sobre a tal de inflação oficial, medida pelo IBGE e seguida pelo Banco Central, que obedece as ordens do Copom – Comitê de Política Monetária, que se reúne a cada 45 dias e determina a taxa Selic, básica de juros, instrumento usado pelo governo para justamente controlar a inflação.

 

Mas qual o impacto disso na nossa vida? No Trocando em Miúdo, a conversa se concentra nos estragos que uma inflação alta provoca na desvalorização do salário, na compra do supermercado, no rendimento da caderneta de poupança a partir de um certo índice, e no pagamento de mais juros pelo governo na dívida pública.

 

A inflação é a variação de preços ao longo do tempo. Na verdade, não é ela que aumenta o preço das coisas. São os preços que apontam o nível da inflação, principalmente em serviços, alimentação e preços administrados, como a gasolina.

 

Digamos que quando a inflação está alta, acima da meta traçada pelo governo, que vai de 2,5% a 6,5% ao ano. Acima disso, saiu do controle pretendido pelo Banco Central, que então usa o instrumento chamado Taxa Selic, que aumenta os juros.

 

Inflação e juros

Por conta disso, um dos primeiros efeitos da inflação alta é o aumento dos juros. Com isso, fica mais caro a pessoa pegar dinheiro emprestado no banco ou fazer alguma compra parcelada, com juros.

 

Ouça também: Entenda qual impacto da taxa Selic nas suas contas

 

Inflação e poupança

Outro efeito negativo da inflação alta: caderneta de poupança. Aumenta a inflação, acima do teto da meta, 6,5%, a poupança começa a render menos do que a inflação oficial, ou seja, quem tem dinheiro guardado na caderneta, na verdade passa a perder dinheiro. E por quê? Primeiro porque dinheiro, ou salário, valendo menos do que a inflação, é dinheiro retirado do seu bolso, é dinheiro que compra menos do que comprava a mesma coisa antes.

 

E no caso da poupança, pelas regras, quando os juros da Selic estão acima de 8,5%, ela rende apenas os 6% ao ano mais a TR, taxa de referência, que é perto de zero. Com inflação digamos a 4%, a poupança continua rendendo 6%. Dois a mais. Se subir para 8%, a poupança rende 6%. Dois a menos. Juros altos por que? Por causa da inflação alta.

 

Salário e inflação

Outro estrago que a alta dos preços, ou seja, inflação alta, provoca. Você tem aumento salarial, digamos, em janeiro. É calculado pela inflação acumulada passada. Mesma coisa com o salário mínimo, que tem mais um pouco de ganho, depende do PIB dos dois anos passados.

 

A cada mês, a inflação pode subir. Se subir, o seu salário vale o acertado menos a inflação do mês. É dinheiro valendo menos para comprar a mesma coisa. Chega em dezembro. Digamos que, em janeiro, seu salário aumentou 4%, inflação acumulada no ano anterior. E que, em dezembro futuro, a inflação acumulada seja de 10%. Isto significa o seguinte: seu salário perdeu 6% para inflação. Se era R$ 1 mil, na verdade está valendo R$ 940.

 

Inflação e contas públicas

O aumento da taxa Selic, também aumenta os juros para o governo, que vai ter que desembolsar muitos milhões a mais só para pagar a dívida pública, que está chegando aos R$ 2 trilhões. Só de juros das prestações mensais, é coisa que chega aos bilhões. Resultado: com a alta da Selic, por causa da inflação, o governo não cumpre o superavit primário, que é a economia para pagar os juros da dívida.

 

Neste programa você ainda confere a Entrevista de Valor com o vice-presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco, Fernando de Aquino Fonseca Neto. Ele responde, por exemplo, porque o IPCA é oficial e amplo. Como se chega à média mensal através dos nove grupos diferentes, voltados ao consumidor, e das rendas familiares que vão de um a 40 salário mínimos por mês.

 

O entrevistado também explica como funcionam os outros principais índices de inflação e ensina, por exemplo, até porque o tomate volta e meia é colocado como o “vilão” da inflação em alguns meses. Enfim, a intenção deste Em Conta é justamente repassar a noção exata de como se chega aos índices da inflação que, na verdade, não é ela que aumenta os preços, apenas acompanha de perto.

 

Confira esta edição do Em Conta especial sobe inflação, com contéudo extra para web, disponível no player acima e no Portal da EBC. 

 

O Em Conta– a Economia que você entende vai ao ar de segunda a sexta-feira, a partir de 12h40 na Rádio Nacional da Amazônia e de 10h40 na Rádio Nacional do Alto Solimões. A produção é de Cleide de Oliveira. A edição e apresentação é de Eduardo Mamcasz. Continue participando: emconta@ebc.com.br 



Saiba como fugir do impacto da inflação no bolso

Criado em 06/08/2015 - 09:59 e atualizado em 06/08/2015 - 11:11