Quase cem milhões de brasileiros ficaram 12 horas, nessa quinta-feira (17), sem o WhatsApp. O serviço permite o uso do telefone para falar e passar mensagem, pela internet, mas sem pagar pela ligação.
Por isso, o Em Conta desta sexta-feira levanta todo o assunto sobre este bloqueio do serviço de WhatsApp no Brasil, a partir da decisão de uma juíza no interior de São Paulo em cima de um processo que corre em segredo de Justiça.
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“Não calem o Whatsapp”, pede campanha com mais de 50 mil assinaturas
Aqui no Brasil, a reação maior veio por parte da Proteste - Associação de Consumidores, que, aliás, está com a campanha “Não calem o WhatsApp”, que já está com mais de 100 mil assinaturas. Inclusive, sobre isto, a gente repete hoje a entrevista com a coordenadora institucional do Proteste, Maria Inês Dolci.
Segundo a Proteste, os provedores de conexão não respondem pelos atos ilícitos praticados pelos usuários e a decisão é desproporcional, porque os efeitos da medida trazem prejuízos inestimáveis ao impedir milhões de brasileiros de usar o aplicativo, que atualmente desempenha um papel fundamental na comunicação da sociedade.
Aliás, falando em castigo desproporcional a um crime que nem foi cometido pelo consumidor, que acabou pagando, o advogado especialista no assunto Luís Gustavo de Oliveira também considera, em declaração dada à repórter Sarah Quines, da TV Brasil, em São Paulo, que apesar da punição estar prevista no Marco Civil da Internet, acabou sendo desproporcional mesmo.
Outras reações foram levantadas e a gente transmite no Em Conta pela repórter Sabrina Craide. Entre elas, a do presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende. Para ele, não há motivos para regulamentar o serviço no Brasil, como defendem as operadoras de telefonia.
Já o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal divulgou um comunicado “lamentando profundamente” o transtorno gerado aos usuários. Segundo a entidade, a medida foi tomada por problemas alheios à conduta das prestadoras.
Daniele Soares, repórter do Radiojornalismo, também levantou uma série de reações contra o bloqueio, começando pela do dono do serviço, que é o Facebook, que lamentou a decisão tomada pelo Brasil, afetando, segundo a empresa americana, mais de 100 milhões de consumidores brasileiros.
E o repórter Gilberto Costa, da EBC, entra com os detalhes do bloqueio, por quem ele foi determinado, e quem interrompeu, 12 horas depois, uma vez que a suspensão judicial era para ter validade por 48 horas.
Para ouvir o programa inteiro, que é de uso público, clique no player acima.
O Em Conta – A Economia Que Você Entende vai ao ar de segunda a sexta-feira, a partir de 12h40, na Rádio Nacional da Amazônia, e de 10h40, na Rádio Nacional do Alto Solimões.
A produção é de Cleide de Oliveira. A edição e apresentação é de Eduardo Mamcasz.
Nossa intenção é colocar os assuntos difíceis da economia do dia-a-dia em linguagem mais coloquial e popular possível. Obrigado pela companhia!
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