No interior do Pará, na cidade de Belterra, a 1,2 mil quilômetros a oeste de Belém, a degradação ambiental desanima o produtor rural João do Mel. Ele lamenta que a plantação em grande escala de soja, a derrubada de árvores e exploração industrial da madeira têm ameaçado cotidianamente a região.
Um dos sintomas dessa ameaça está na morte das abelhas por causa do uso abusivo de agrotóxicos nas plantações. Os apicultores estão preocupados. "Queremos preservar, mas está difícil, a agricultura familiar de Belterra", diz o produtor. Ele testemunha que outros agricultores já venderam suas terras em vista da pressão dos latifúndios. Ouça no player acima.
Série denunciou "Cemitério de Colmeias" em 2020
A evidência da região se configurar como um cemitério de colmeias de abelhas já havia sido denunciada em série de reportagens produzida, em 2020, pela jornalista Mara Régia, com recursos do Fundo Amazon Rainforest Journalism, investigou histórias na Amazônia sobre essa violência ao meio ambiente. O material teve a participação também da jornalista Elizabeth Oliveira.
A série de reportagens apresenta histórias, como a do produtor Francisco Bezerra Oliveira, cearense, de Cedro, radicado em Belterra (PA), explica os efeitos da soja plantada em grande escala. Ele testemunha a derrubada de árvores centenárias e de como a exploração da borracha se alterou.
Confira o especial publicado na ocasião
Confira abaixo o podcast
Quem é João do Mel
No segundo episódio, há a história de João do Mel. Ele faz parte dessa geração de pessoas que consegue ir além de suas preocupações e interesses individuais para identificar-se e agir
de acordo com valores e causas coletivas.
São homens comuns e anônimos como seu João do Mel que vive cercado de plantios de soja por todos os lados. Ele explica que, desde a última década, os impactos surgiram com u uso em demasia do agrotóxico.
Ouça abaixo histórias e denúncias
Desinformação
O terceiro podcast da série "A Morte dos Polinizadores" trata da desinformação sobre o uso de agrotóxicos. "Eu e a jornalista Elizabeth Oliveira flagramos um caso exemplar às margens da BR-163. Encontramos um trabalhador descalço vestido com roupas rasgadas sem nenhuma proteção da cabeça", disse Mara Régia. O nome do homem era Antônio Carlos. Ele não sabe o perigo que corria sem proteção.
O podcast conta histórias de pessoas que adoeceram em função dos venenos. Confira abaixo
