O Especial deste domingo (21) destacou um dos nomes mais importantes da música brasileira: Lamartine Babo.
Como conta o sambista, historiador, compositor e passista Rubem Confete, Lamartine Babo era uma espécie de homem dos sete instrumentos. Um século antes do termo multimídia se tornar corriqueiro, Lamartine era figurinha carimbada em todo canto. Teatro de revista, cinema, rádio. E, claro, as esquinas e ruas de um Rio em rápido crescimento e com um Carnaval cada vez maior. Carioca do Centro, de um pedaço que desapareceu para dar lugar às Avenidas Rio Branco e Presidente Vargas, Lamartine Babo nasceu cinco anos depois da Proclamação da República. Não é coincidência que uma de suas marchas mais conhecidas parta de descoberta para tratar da invenção do Brasil. A carreira dele se confunde com as muitas inovações do 'Século do Progresso'.
Além de autor de marchinhas de carnaval que até hoje são cantadas e tocadas nos blocos – menos as polêmicas – Lalá também criou os hinos do futebol carioca, também entoados nos tempos atuais pelas tocidas apaixonadas do Flamengo, Fluminense, Botafoto, Vasco, América, Bangu...
Com uma obra tão vasta, foi enredo da Escola de Samba Imperatriz Leopoltinense em 1981, levando o campeonato e explodindo de alegria a arquibancada:
Neste palco iluminado
Só da Lalá
És presente, imortal
Só da Lalá
Nossa escola se encanta
O povão se agiganta
É dono do carnaval
