Mais do que musas inspiradoras, as mulheres marcaram presença no carnaval desde os primeiros tempos, como a pioneira Chiquinha Gonzaga. Uma das raras compositoras na virada do século 19 para o 20, a maestrina teve papel fundamental para tornar mais brasileira e mais musical uma festa nascida quase como uma briga de rua, com o mela-mela herdado do entrudo português.
No rio da boemia da Lapa, dos teatros de revista, e dos primeiros tempos do rádio, a presença feminina era mais formada por cantoras do que por autoras. Interpretar, contudo, é de certo modo, também compor, imprimir sua marca no que canta. Na folia, amplificada pela força do rádio como veículo nacional, do Oiapoque ao Chuí, dos Pampas aos Seringais.
E o samba foi por muito tempo, um patriarcado, uma espécie de clube do bolinha. Tanto é assim que o exemplo pioneiro de Dona Ivone Lara só veio a ser trilhado por outra mulher apenas na década seguinte. Com o ingresso, na ala de compositores da Mangueira, de Leci Brandão.
E a marchinha mais tocada nos salões era de ninguém menos do que Carmen Miranda. A pequena reinou soberana por mais de uma década.
Neste especial reverenciamos a mulher brasileira, as brabas, que estenderam ao carnaval sua bandeira. Lugar de mulher? Lugar de mulher é onde ela quiser!
Confira o programa completo no player acima.
Especial Mulheres no Carnaval
Roteiro e produção - Cezar Faccioli
Locução - Luciana Valle
Coordenação de produção e programação - Cynthia Cruz