Pesquisadores da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e da Universidade de São Paulo (USP) estudam um tipo grave de toxoplasmose na região amazônica. A doença é infecciosa e, na forma comum, pode ser adquirida pela ingestão de alimentos e contatos com fezes de gatos contaminados pelo protozoário toxoplasma gondii.
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A investigação do caso mais grave de toxoplasmose na Amazônia iniciou a partir de um estudo feito na Guiana Francesa, que identificou um toxoplasma diferente na região de florestas, conforme explica o professor e pesquisador da Ufopa, Antônio Minervino.
“Como foram encontrados esses parasitas geneticamente diferentes na Guiana Francesa, surgiu um interesse nosso de estudar se na Amazônia Brasileira nós temos esse mesmo parasita. As pessoas estavam sendo contaminadas por meio de animais silvestres, o que é diferente da toxoplasmose comum”.
De acordo com o pesquisador, recentemente foram feitas coletas de tecidos de animais em municípios do Pará e do Amazonas. Dos 100 animais coletados, 60 apresentaram resultado positivo para o toxoplasma. O estudo ainda analisa se o parasita encontrado é ou não do tipo grave.
Uma nova coleta de amostras deve ser feita no mês de abril, dessa vez na área de florestas onde não exista presença humana. Antônio Minervino afirma que, diferentemente da toxoplasmose comum, que apresenta sintomas brandos, a forma mais grave da doença é muito perigosa. Ele alerta para os cuidados que a população deve tomar.
“A toxoplasmose mais grave pode gerar uma grande variedade de sintomas, como a febre persistente, o aumento do tamanho do baço, nós podemos ter tanto alterações pulmonares quanto cardíacas, lesões no fígado. O grande cuidado da população, não só para a toxoplasmose como também para outras doenças, é evitar contato com as espécies silvestres, evitar, de todas as maneiras, consumir carne de animal silvestre, especialmente se a carne estiver mal passada ou crua”.
O pesquisador explica que o mapeamento genético do toxoplasma também está sendo feito em outras regiões do Brasil. Ele estima que, até o mês de setembro, sejam divulgados os dados da pesquisa.
O Jornal da Amazônia 1ª Edição desta segunda-feira (9) destaca, ainda:
- Definido calendário de emergência ambiental contra as queimadas. A medida inclui a contratação temporária de até 2.520 brigadistas, por um período de seis meses.
- Cientistas constroem maior torre de estudos climáticos do planeta na floresta amazônica.
O Jornal da Amazônia 1ª Edição é uma produção do Radiojornalismo EBC e vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 7h45, na Rádio Nacional da Amazônia, e às 5h45, na Rádio Nacional do Alto Solimões.