A mineradora Imerys Rio Capim Caulim, em Barcarena, no Pará, pode ter as atividades suspensas por causa de vazamentos de rejeitos de minérios. O mais recente vazamento proveniente da Imerys ocorreu dia 29 de outubro e teria contaminado as águas do Rio Pará.
Na última sexta-feira, os Ministérios Públicos Federal e Estadual recomendaram que a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) suspenda a atuação da mineradora, até comprovação de que não há riscos de novos vazamentos. A Semas informou que ainda não foi notificada. Após receber o documento, a pasta terá três dias úteis para suspender as atividades da Imerys.
De acordo com a recomendação, a empresa tem se envolvido em desastres ambientais com frequência nos últimos anos. A presença do caulim, minério usado na fabricação de cerâmica, foi registrado em 42% dos acidentes ambientais. Para o MP, a repetição dos vazamentos leva à conclusão de que a mineradora possui problemas operacionais, já que não consegue garantir um nível minimamente aceitável de segurança nas atividades.
Para ter os trabalhos reestabelecidos, a mineradora deverá fornecer informações sobre as causas e consequências do último vazamento e quais medidas vai adotar, para evitar novos derramamentos. O Ministério Público exige ainda que uma auditoria independente aponte se a Imerys está apta a operar de maneira segura.
Em nota, a mineradora afirma que recebeu, com surpresa, a recomendação do Ministério Público à Secretaria de Meio Ambiente. A nota afirma que a Imerys é uma empresa idônea, manteve as suas portas abertas a todas e quaisquer entidades públicas que requeiram vistorias e solicitações de documentação.
O documento diz ainda que a ocorrência do dia 29 de outubro foi um fato isolado e já foram tomadas as medidas preventivas na área. A empresa afirma que o caulim é uma argila abundante na natureza, classificada como não perigosa. E que, entre 2013 e 2015, foram investidos mais de R$ 20 milhões na segurança das operações.
A Imerys foi procurada pela reportagem, mas não respondeu aos nossos questionamentos, até o fechamento desta edição.
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