Pesquisadores de universidades federais analisam cerâmicas e pedaços de pedra, carvão e ossos encontrados na região do Médio Solimões, no Amazonas. Os artefatos vão ajudar os estudiosos a desvendar a história da ocupação humana na Amazônia, antes da colonização europeia.
O trabalho de coleta de vestígios arqueológicos no interior do estado durou cerca de um mês. Para o pesquisador da Universidade Federal de Sergipe (UFS) , Rafael de Almeida Lopes, os vestígios podem revelar duas tradições culturais de produção de cerâmica na região do Médio Solimões: A Borda e a Polícroma. Segundo as pesquisas, é possível que as cerâmicas da Tradição Borda Incisa tenham sido produzidas entre os anos 700 e 1000. Parte dessas cerâmicas possui decorações que imitam a forma de animais como tartarugas, pássaros e macacos. A produção é atribuída ao povo da língua Aruaque.
Já as cerâmicas da Tradição Polícroma são associadas a um período de ocupação mais recente. Os vestígios vão de 500 e 1.700. Elas são caracterizadas por decorações em pintura vermelha e preta sobre argila branca. Alguns arqueólogos associam o material à dispersão de populações que se comunicavam em língua Tupi.
Outra revelação dos pesquisadores foi o estudo da terra preta de índio, muito comum na Amazônia. Para os estudiosos, a terra preta está ligada às antigas ocupações indígenas da região. Esse tipo de terra, muito fértil, é formado por um aglomerado de grande produção e descarte de matéria orgânica. E, ao ser analisado, ajuda na compreensão do tipo de madeira e frutas que eram consumidos pelos indígenas naquele período.
Outros destaques desta edição do Jornal da Amazônia 2ª Edição: vazamento de óleo em rio, na divisa do Pará com Mato Grosso, está sobe investigação; Força-tarefa vai à terra Ianomâmi resgatar corpos de garimpeiros mortos.
O Jornal da Amazônia 2ª edição é uma produção da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e vai ao ar, de segunda a sexta, às 12h20, na Rádio Nacional da Amazônia e às 10h20, na Rádio Nacional do Alto Solimões (horário local).