Volta às aulas em todo o Brasil e, embora a pré-escola seja obrigatória no país a partir dos 4 anos, há mais de 330 mil meninas e meninos de 4 a 6 anos longe da pré-escola – a maioria, crianças pretas, pobres e filhas de mães jovens e de baixa escolaridade. No Norte, 88,5% das crianças dessa faixa etária frequentam a pré-escola, índice bem abaixo da média nacional, de 94,1%. É o que aponta a pesquisa "Desigualdades na garantia do direito à pré-escola".
Sobre esse estudo, o Nacional Jovem conversou com a gerente de conhecimento aplicado na Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Beatriz Abuchaim. Segundo ela, os dados de 2019 ajudam a traçar o perfil socioeconômico dessas crianças que estão excluídas da educação básica.
"Uma das razões é não ter a vaga ou não existir uma escola perto da residência daquela criança. E a gente sabe que é muito comum isso acontecer em zonas rurais e comunidades ribeirinhas. A outra razão que a gente vê é que muita vezes a própria família não sabe do seu direito, que ela tem direito a esse serviço na rede pública de ensino."
Beatriz cita ainda estratégias como a Busca Ativa Escolar, que serve justamente para localizar essas crianças mais vulneráveis. Além, é claro, da abertura de novas vagas na pré-escola, principalmente em regiões mais remotas.
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