Há exatos 24 anos, ativistas desembarcaram em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, para protestar contra usinas nucleares na região e iniciar oficialmente o trabalho do Greenpeace Brasil.
O programa Natureza Viva deste domingo (1º) conversa com o coordenador de campanhas do Greenpeace, Nilo D'Avila. Ele faz uma retrospectiva de como começou o Greenpeace no país desde do protesto de Angra em 1992 até a última campanha que eles estão apoaindo: Deixe o Tapajós viver.
"A bacia do Rio Tapajós é um santuário da biodiversidade. Há centenas de espécies que existem apenas ali. E outras, como o boto-cor-de-rosa, que precisam circular livremente pelos rios da região para sobreviver. Uma hidrelétrica vai destruir este paraíso. Temos de parar isso. Junte-se a nós no movimento para manter o Tapajós vivo", afirma.
Relembre as lutas do Greenpeace pelo meio ambiente no Brasil:
1999 - Madeireiras asiáticas desistem de explorar a Amazônia após pressão do Greenpeace e da comunidade local.
2002 - Suspensão do comércio de mogno, árvore ameaçada de extinção, resultado de campanha contra extração de madeira ilegal na Amazônia.
2004 - Demarcação da Terra Indígena dos Deni. Desde então, a mineração e a exploração industrial de madeira no local estão proibidas.
Criação da Reserva Extrativista Verde Para Sempre, em Porto de Moz. A região passou a ser de uso exclusivo das comunidades tradicionais para explorar os recursos naturais de forma sustentável.
2006 - Aprovação da Moratória da Soja, que estabelece a não comercialização de grãos provenientes de áreas desmatadas da Amazônia. O compromisso continua em vigor e é considerado internacionalmente uma das mais importantes vitórias do Greenpeace no mundo.
2009 - Assinatura do Compromisso Público da Pecuária, que conseguiu fazer com que os três maiores frigoríficos do Brasil deixassem de comercializar carne contaminada com desmatamento, trabalho escravo e invasão de áreas protegidas na Amazônia.
2009 - Realização do primeiro leilão exclusivo de energia eólica no país. O resultado é que essa fonte se tornou mais barata e acessível no Brasil.
2012 - Aprovação da Resolução Normativa 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com isso, o consumidor brasileiro passou a poder gerar sua própria energia a partir de fontes renováveis, como a solar e a eólica.
2014 - Realizado o primeiro leilão de energia exclusivo para a fonte solar fotovoltaica. Um passo essencial para o desenvolvimento da indústria nacional e barateamento da fonte.
2015 - Cai a cobrança de ICMS sobre a eletricidade gerada pelo brasileiro que tem placas solares em casa. No início, apenas cinco estados adotaram a medida, mas hoje já são 14. Confira a lista atualizada aqui. No mesmo ano, caiu também o PIS-Cofins, tornando a microgeração de energia ainda mais barata.
O PL do Sol, que, dentre outras coisas, libera o uso do FGTS para compra de sistemas fotovoltaicos, é aprovado na Comissão de Minas e Energia do Congresso Nacional.
Pela primeira vez no país, o orçamento federal passou a incluir a destinação de recursos para a instalação de sistemas fotovoltaicos em unidades de ensino.
Entrega do projeto de lei pelo Desmatamento Zero ao Congresso com 1,4 milhão de assinaturas.
2016 - Entra em vigor a Resolução Normativa 687, que atualiza a resolução 482, tornando mais vantajoso gerar sua própria energia solar. Ela permite o rateio dos créditos gerados entre diferentes consumidores, como os moradores de um condomínio, por exemplo.
Você pode participar da campanha "Deixe o Tapajós Viver" assinando a petição.
Os domingos começam com muita informação e debates sobre sustentabilidade nas Rádios EBC. É o Natureza Viva, que, a partir da Nacional da Amazônia abre espaço nas ondas sonoras das rádios Nacional de Brasília, Nacional do Rio de Janeiro, Nacional do Alto Solimões e MEC AM Rio para discussões entre lideranças rurais da Amazônia, como ribeirinhos, pescadores, seringueiros, quebradeiras de coco babaçu, trabalhadores extrativistas, indígenas, associação de jovens e de mulheres, além de dicas para preservação do meio ambiente. Conheça um pouco mais sobre os biomas brasileiros nesta grande rede, todo domingo, às 08h - e no horário local da Nacional do Alto Solimões às 06h. A apresentação é de Mara Régia.
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