Lygia Bojunga foi a primeira mulher fora do eixo Estados Unidos – Europa a receber o prêmio Hans Christian Andersen, o mais importante prêmio literário de literatura infanto-juvenil.
Gaúcha, de Pelotas, nasceu em 26 de agosto de 1932, e, aos oito anos se mudou com a família para o Rio de Janeiro.
Aos 19 anos entrou para uma companhia de teatro e trabalhou como atriz de rádio e tv, até que resolveu mudar de vida e viver mais perto da natureza.
Foi morar no interior do Rio e passou a trabalhar escrevendo para o rádio e a televisão.
A literatura foi mais forte na vida de Lygia e a garotada ganhou uma das maiores escritoras brasileiras. Livros como “Os colegas”, “Angélica”, “A bolsa amarela”, “Corda bamba” e “O Sofá estampado”, foram o passaporte de Lygia para receber o prêmio Hans Christian Andersen, que é como se fosse um nobel da literatura infantil.
Há quinze anos, ela criou a Fundação Cultural Lygia Bojunga com o objetivo de tornar o livro mais popular no brasil.
Katy Navarro termina este momento literário com esse texto que diz o seguinte:
“Ora mim, livro é vida; desde muito pequena os livros me deram casa e comida. Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé fazia parede; deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava num outro e fazia telhado. e quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro. Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça. Mas fui pegando intimidade com as palavras, e quanto mais íntimas a gente ficava, menos eu ia me lembrando de consertar o telhado ou de construir novas casas. Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava a minha imaginação. Todo dia a minha imaginação comia, comia e comia; e de barriga assim cheia me levava pra morar no mundo inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu, era só escolher e pronto, o livro me dava. Foi assim que, devagarinho, me habituei com essa troca tão gostosa que – no meu jeito de ver as coisas – é a troca da própria vida; quanto mais eu buscava no livro, mais ele me dava. Mas como a gente tem mania de sempre querer mais, eu cismei de um dia alargar a troca: comecei a fabricar tijolo pra em algum lugar uma criança juntar com outros, e levantar a casa onde ela vai morar”.
Ouça no player acima.