No quadro Mercado e Cotações, do programa Brasil Rural desta terça-feira (15), o professor e economista da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema/Dace/Unijui), Argemiro Luís Brum, realizou mais uma análise das variações do mercado. Ele explicou que a situação não tem variado muito e não há muitas alterações da semana anterior para essa. A novidade, segundo ele, é que a produção de arroz deve cair mesmo este ano.
Ele explica que a produção de arroz brasileira será menor, produzindo até menos do que consome. A produção deve chegar a 11,9 milhões de toneladas, ou seja, 4,1% menor que a da safra do ano passado. "O clima está muito complicado, com chuvas constantes e volumosas em regiões produtoras em consequência do El Niño, que está fazendo estrago por aqui nas diferentes lavouras", avalia. O professor lembra que o plantio da Argentina, que já foi encerrado também teve queda, com uma área de plantio 10% menor. O economista explica que há uma tendencia de aperto na oferta e de manutenção dos preços essa semana.
Já no mercado do feijão, segundo o especialista,se o clima continuar a prejudicar a colheita e a qualidade do feijão, há a previsão de um possível aumento ainda mais significativo de preços. Segundo Argemiro Brum, a expectativa era positiva, de que a chegada do El Niño e das chuvas ajudassem o plantio das culturas de verão, como a soja e o milho. Mas o volume de chuva está muito alto em muito grande, o que faz com que algumas áreas tenham que ser replantadas, o que gera custo adicional e um plantio fora da janela.
Por outro lado, o economista lembra que nas regiões centro-norte do país há escassez de chuvas em muitas localidades, o que começa a preocupar a produção nacional futura da soja. A previsão de 100 milhões de toneladas já começa a ser revista e se propõe uma safra mais próxima de 95 milhões de toneladas.
"Quanto ao mercado do milho, a situação também se manteve relativamente estável, embora pressionada para cima. O milho tem uma expectativa muito mais nítida de redução de produção devido não só a intempéries, mas sobretudo a redução de área semeada no Brasil na safra de verão. Isso já confirmado, contrariamente a soja que aumenta de área semeada”, avalia.
Argemiro Luís Brum explica também que o preço da carne bovina se mantém elevado: "o mercado está mais calmo, com ofertas um pouco melhores, escalas mais confortáveis e frigoríficos tentando pressionar o mercado para baixo aproveitando-se de uma oferta um pouca maior de animais terminados e uma demanda menor do varejo, por causa dos altos preços".
Já o mercado suinícola está estável para o suíno vivo. "Não há mais efeito das festas de fim de ano nesse mercado, as compras já foram feitas pelas grandes empresas distribuidoras varejistas. Essa estabilidade deve se manter até o preços caírem um pouco no inicio do ano. A mesma coisa acontece no mercado do frango, que apresenta preços estáveis a quase um mês", explica.
O Brasil Rural é transmitido de segunda a sexta e aos domingos, às 6h, e sábado, às 7h, nas rádios Nacional de Brasília e Nacional da Amazônia.
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