A reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, que aconteceu na terça-feira (14), em Brasília, deu um passo importante no combate ao desmatamento, com a criação de dois grupos de trabalho dedicados ao tema. O primeiro deles será facilitado por Mariano Cenamo, do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), e discutirá fontes de financiamento para a floresta e a possibilidade de utilização de mecanismos de mercado para REDD+ (Redução de Emissões do Desmatamento e Degradação Florestal). O segundo, por Virgílio Viana, da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), tem como foco o avanço do desmatamento na Amazônia, em alta desde 2014.
No Brasil, de acordo com modelagem econômica recente do Environmental Defense Fund (EDF), o REDD+ pode atrair até US$ 45 bilhões líquidos para a Amazônia até 2030, se incluir captações junto ao mercado e os chamados offsets – quando um país ou setor produtivo compensa externamente emissões de carbono que não consegue zerar com recursos próprios. Uma oportunidade promissora e que já está na mesa de negociações vem do setor de aviação civil, representado pela Icao (Organização Internacional da Aviação Civil), que se mobiliza para criar uma Medida Internacional de Mercado para compensar as emissões do setor por meio de offsets, incluindo o REDD+. Entre 2020 e 2030, a aviação civil terá de neutralizar todas as emissões das suas operações nos países que integram o Acordo de Paris. Segundo cálculo do EDF, a medida poderá demandar investimento de US$ 1,5 bilhão anual, equivalentes a 3 mil Km² de floresta preservada.
O entrevistado do Natureza Viva foi o Superintendente Geral da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Virgílio Viana.
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