O Plateia deste domingo (24) apresenta um concerto especial da Orquestra Sinfônica Nacional UFF, que homenageia o maestro Carlos Eduardo Prates pelos 90 anos de seu nascimento.
Carlos Eduardo Prates, nascido em Belo Horizonte em 9 de setembro de 1934, foi um dos mais ilustres maestros brasileiros. Com formação em piano, violoncelo, oboé e canto, ele foi aluno dos maestros Sérgio Magnani e Carlos Alberto Pinto Fonseca e do compositor Hans-Joachim Koellreutter. Nos anos 1960, tornou-se o primeiro brasileiro a estudar com Herbert von Karajan, na Filarmônica de Berlim, onde ganhou reconhecimento internacional, regendo orquestras como a do "Theater des Westens" e a Orquestra de Praga. Ao retornar ao Brasil, Prates fundou, com sua esposa Haydée Rocha Cintra, o Centro Coral Sinfônico Infanto-Juvenil, pioneiro na integração social por meio da música.
Prates foi um entusiasta do fomento à música sinfônica no Brasil, incluindo seu trabalho como regente titular da Orquestra da UFF entre 1988 e 1991, período em que realizou diversos projetos, concertos e gravações com a orquestra. O concerto em sua homenagem ocorreu em 15 de setembro de 2024, no Cine Arte UFF, em Niterói, pela Série Alvorada. O repertório escolhido reflete a forte conexão entre o homenageado e as obras apresentadas, tanto em nível pessoal quanto artístico.
A ópera “A Flauta Mágica”, de Wolfgang Amadeus Mozart, estreada em 1791, é uma das criações mais simbólicas e dramáticas do compositor, repleta de significados místicos e esotéricos. Carlos Eduardo Prates dedicou-se a traduzir a obra para o português, trabalho que realizou com sua esposa, Haydée Rocha Cintra, como parte de sua missão de tornar a música mais acessível ao público brasileiro.
Já “Abertura Festiva”, de Camargo Guarnieri, composta em 1971 por encomenda da Orquestra Filarmônica de São Paulo, possui uma ligação especial com Carlos Eduardo Prates, a quem Guarnieri a dedicou. Ela foi gravada sob a regência do maestro com a própria Orquestra Sinfônica da UFF em um long-play de 1989.
A "Sinfonia Nº 3, op. 97", “Renana”, de Robert Schumann, que data de 1850, foi inspirada pela paisagem e pela herança cultural do Rio Reno, especialmente pela catedral de Colônia, na Alemanha. Schumann era um compositor frequentemente incluído nos programas de Carlos Prates, em concertos no Brasil e em colaborações com orquestras internacionais.
O Plateia vai ao ar todo domingo, às 11h, na Rádio MEC.