Denúncias envolvendo as obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, no Pará, aparecem na delação premiada do senador Delcídio Amaral, homologada pelo Supremo Tribunal Federal nesta semana.
Segundo o senador, eleito pelo PT do Mato Grosso do Sul, cerca de R$ 30 milhões foram desviados das obras da usina para financiar campanhas eleitorais do PT e do PMDB.
O delator diz que soube do esquema por meio de várias fontes. De acordo com Delcídio, o ex-ministro Antônio Palocci coordenou os pagamentos ao Partido dos Trabalhadores. Pelo PMDB, outro ex-ministro, Silas Rondeau, fazia a distribuição do dinheiro. Os repasses das empresas, segundo Delcídio, eram capitaneados por Flávio Barra, que representava a construtora Andrade Gutierrez.
No documento, Delcídio cita, ainda, o ex-governador Eduardo Campos, morto em 2014. O delator diz que Campos teve influência direta na escolha da empresa IMPSA para fornecimento de equipamentos para as obras da Usina.
Procuradas pela reportagem, as construtoras Galvão Engenharia e Queiroz Galvão, do consórcio vencedor de Belo Monte, afirmaram que não vão se manifestar. A Andrade Gutierrez também disse que não vai comentar o assunto.
Procurados pela reportagem, a Norte Energia, responsável pelas obras de Belo Monte, e o PT ainda não se manifestaram.
O PMDB afirma que não participou de nenhum esquema ilegal de arrecadação de recursos. E não autorizou ninguém a usar o nome da legenda para fins ilícitos.
Até o fechamento desta reportagem, não foi possível o contato com os ex-ministros Antônio Palocci e Silas Rondeau, nem com o empresário Flávio Barra.
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