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Línguas indígenas estão em risco de extinção na América Latina

A cada duas semanas pelo menos uma língua desaparece no mundo. No

Antes da chegada dos portugueses, eram faladas cerca de 1500 línguas indígenas no Brasil. Atualmente sobraram 181 idiomas tradicionais, que estão desaparecendo rapidamente. Há pouco tempo, a última falante da língua indígena xipaia morreu em Altamira, no Pará. Outro exemplo é a língua guató. Existem apenas dois anciões falantes que vivem em localidades diferentes e não se comunicam entre si.

 

Nesta terça-feira, em entrevista ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional da Amazônia, o linguista e professor da Universidade de Campinas, Angel Corbera Mori, explicou que a cada duas semanas pelo menos uma língua desaparece no mundo. E no Brasil não é diferente: até 40 línguas indígenas podem desaparecer em 15 ou 20 anos.

 

Segundo Mori, os territórios tradicionais envolvidos em disputas com não-índios são os mais propensos à perda da identidade linguística. “Aqueles lugares que estão sendo invadidos, territórios por exemplo, Mato Grosso, né, as grandes fazendas né, os povos como terena, guarani, kinikinau, estão mais expostos justamente ao desaparecimento né”.

 

Para o pesquisador, a sobrevivência das línguas indígenas depende muito da valorização da cultura indígena nacional por parte de universidades e entidades de pesquisa. "Que as universidades olhem mais para a parte brasileira, porque mesmo os departamentos de linguística estão muito preocupados em olhar para fora e não tanto para o interior. Não há no Brasil, por exemplo, nenhum laboratório que poderia ser uma potência no campo da linguística”.

 

Além das pesquisas, o professor reforça a defesa dos territórios e autonomia econômica e religiosa para o fortalecimento cultural de cada povo.

 

Confira ainda, no Repórter Amazônia desta terça-feira (19): Pará forma a primeira turma de professores em Licenciatura Intercultural Indígena; bebê de um ano morre vítima de H1N1, em Santarém. E mais: senadores discutem como formar a comissão especial que vai analisar o impeachment no Senado.

 

O Repórter Amazônia é uma produção da Rede de Rádios Públicas da Amazônia e vai ao ar, de segunda a sexta-feira, às 18h30 pela Rádio Nacional da Amazônia.



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Criado em 19/04/2016 - 22:35 e atualizado em 19/04/2016 - 19:35