Dois meses após o acidente de Bento Rodrigues, em Minas Gerais, o cenário é de desolação, segundo moradores. Eles ainda não sabem se a cidade que foi arrastada pela lama será reconstruída ou não no mesmo local.
Foram 17 mortos, dois desaparecidos, 600 quilômetros de rios destruídos, quase 1.500 hectares de vegetação atingidos e uma cidade riscada do mapa. Dois meses depois da tragédia em Mariana, em Minas Gerais, o cenário ainda é desolação em Bento Rodrigues, município que foi destruído pela lama que desceu com o rompimento da barragem no dia 5 de novembro de 2015. Os mais de 600 moradores da cidade foram realojados em Mariana, município vizinho. Aqueles que tiveram parentes mortos vão receber R$ 100 mil de indenização. Os outros receberão R$ 20 mil para cada família - metade desse valor será descontado da indenização final, além disso vão receber também um salário mínimo mais 20% para cada dependente e uma cesta básica.
"A cidade é um deserto. Lá não tem mais nada. A única coisa que tem é a lama que passou", disse Antônio Pereira, que morava na cidade e perdeu tudo.
Segundo o secretário adjunto de Desenvolvimento Social de Mariana, João Paulo Paranhos, é hora de cuidar do meio ambiente que ficou destruído pela lama e pensar em reconstruir a cidade, mas, segundo ele, ainda não se sabe se a nova Bento Rodrigues será erguida no mesmo local ou se vai virar um bairro de Mariana.
A lama atingiu o Rio Doce e percorreu 600 quilômetros até chegar ao mar no litoral do Espírito Santo. O governo de Minas Gerais multou a Samarco, empresa responsável pela barragem, em mais de R$ 112 milhões por danos causados ao meio ambiente. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) aplicou cinco multas que chegam a R$ 250 milhões.
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