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Caderno de Música fala sobre Cantata, Oratório e Ópera

Programa deste domingo (16) destaca algumas das principais diferenças e semelhanças entre os gêneros

Caderno de Música

No AR em 16/03/2025 - 12:30

O Caderno de Música deste domingo (16) apresenta mais uma edição da série “Elementos da Música” e explora três gêneros que compartilham características semelhantes, mas que têm funções e contextos distintos: a cantata, o oratório e a ópera.

A Cantata é um gênero vocal-instrumental que pode apresentar uma temática sacra ou profana. Ela se desenvolveu especialmente no Barroco e se caracteriza por uma estrutura que combina árias, recitativos e coros. Na música sacra, as cantatas eram frequentemente utilizadas nos cultos luteranos, como vemos nas obras de Johann Sebastian Bach, um dos maiores nomes da cantata sacra, que compôs mais de duzentas obras do gênero. Já no contexto profano, as cantatas podiam tratar de temas mitológicos, pastoris ou mesmo satíricos, como em algumas cantatas de Handel e Alessandro Scarlatti. No Classicismo e no Romantismo, a cantata perdeu parte de sua relevância, mas ainda foi explorada por compositores como Beethoven e Brahms. Além dos já mencionados, outros compositores também exploraram as cantatas em diferentes épocas e estilos. No século XX, Carl Orff compôs Carmina Burana, uma cantata profana baseada em poemas medievais, com forte caráter rítmico e teatral.

Assim como a cantata, o oratório também é um gênero vocal-instrumental e inclui árias, recitativos, coros e orquestração. No entanto, há uma diferença essencial: o oratório é mais extenso e frequentemente conta uma história dramática, geralmente com temas religiosos. Ao contrário da ópera, que veremos mais à frente, no oratório não há cenários ou encenação, sendo uma obra concebida para a execução em forma de concerto. Durante o Barroco, o oratório floresceu com compositores como Giacomo Carissimi – que consolidou a forma do oratório latino e influenciou gerações posteriores com seu estilo expressivo e narrativo – além de Bach, Handel, Vivaldi e outros mestres do período. Nos períodos posteriores, o gênero seguiu vivo com Haydn, autor de alguns dos oratórios mais célebres do Classicismo, além de Mendelssohn, Liszt, Berlioz, Elgar, entre outros.

E, por último, temos a ópera, gênero que mais se aproxima do teatro, pois combina música, drama e artes visuais. Diferente da cantata e do oratório, a ópera é encenada, com figurinos, cenários e atuação. O gênero surgiu no final do Renascimento e começo do Barroco, com Claudio Monteverdi sendo um dos pioneiros. Com o tempo, a ópera se diversificou em estilos como a ópera séria e a ópera-bufa no Barroco e Classicismo, representadas por compositores como Handel, Vivaldi e Mozart. No Romantismo, os dramas musicais se tornaram mais intensos com nomes como Verdi, Puccini e Wagner. E no século XX, a ópera seguiu evoluindo, explorando novas linguagens e formatos, como as obras de Britten e Stravinsky. A ópera, portanto, é o gênero que mais explora a dramaticidade musical. Diferente da cantata e do oratório, que podem ser narrativos ou reflexivos, a ópera busca traduzir emoções intensas através da voz e da música. Cada personagem expressa seus sentimentos de maneira direta, com árias que vão da delicadeza ao desespero, sempre acompanhadas por uma orquestra que amplifica essas emoções.

Agora que apresentamos as principais características de cada gênero, podemos fazer algumas comparações. Todos compartilham uma estrutura similar, com árias, recitativos e coros, mas a principal distinção está no formato de execução: a cantata é mais curta e pode ter temas diversos, sem necessariamente contar uma história contínua, o oratório é mais extenso e narrativo, enquanto a ópera se diferencia pelo uso da encenação.

Confira mais no Caderno de Música, que vai ao ar todo domingo, às 12h30, na Rádio MEC. Esta edição contou com a apresentação de Sidney Ferreira, com texto e produção de Carina Amorim.

Criado em 14/03/2025 - 13:36 - Episódio Caderno de Música 16/03/2025

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