A Justiça no Amazonas condenou nesta semana o médico Armando Andrade a três anos e três meses de reclusão – em regime aberto –, além da perda de função pública pelo crime de corrupção ativa.
O obstetra é acusado de ter cobrado de uma paciente para a realização de um parto em uma maternidade pública de Manaus em 2012.
Segundo a vítima, ao ser atendida no Instituto da Mulher, Armando colocou como condição para a realização do parto o pagamento de R$ 4 mil. Ele alegou que o bebê estava em sofrimento e a mãe não tinha a dilatação necessária para um parto natural.
Apesar de a paciente relatar dor e apresentar perda do líquido amniótico, o médico teria finalizado o atendimento, não sem antes entregar um número de telefone para contato.
Depois de concordar em pagar pelo serviço, a família foi orientada a levar a paciente para a Maternidade Pública Chapot Prevost.
A parturiente ficou em uma sala de preparação até que o médico recebesse o valor negociado de R$ 2 mil, dentro de seu carro, no estacionamento da maternidade.
O promotor de Justiça Edinaldo Medeiros alega que chamou atenção a forma como o condenado confessou o ocorrido.
Em juízo a vítima afirmou que nunca conseguiu superar a violência obstétrica. Mãe e filha ficaram internadas por 30 dias.
Armando Andrade Araújo contabiliza várias denúncias e processos, além de outra condenação também por ter cobrado para realizar parto cesáreo.
No início deste ano, um vídeo que mostra o médico agredindo uma paciente durante um parto viralizou na internet.
Armando estava afastado da rede pública de saúde por uma medida cautelar.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa do médico Armando Andrade Araújo.
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