Quando o Miguel Arthur nasceu, há pouco mais de seis meses, a mãe dele foi surpreendida. Ela descobriu, na hora do parto, que ele tinha lábios leporinos bilaterais – uma condição em que a criança nasce com uma fissura na boca.
Por causa da falta de informação, ela não realizou a ecografia morfológica – exame que faz o diagnóstico desse tipo de malformação – e relata como se sentiu ao ver o filho pela primeira vez.
Miguel é parte de uma estatística feita pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo: a cada 650 crianças nascidas, uma terá fissura labiopalatal.
E foi de olho nesses dados e observando a demanda do estado que Rondônia instalou há cerca de quatro meses o Núcleo de Fissurados. Vinculado à Secretaria Estadual de Saúde, ele faz o atendimento e acompanhamento, desde o nascimento, de crianças que apresentam essa condição.
O tratamento envolve terapias multidisciplinares, além de aparelhos ortodônticos e as cirurgias necessárias. A Coordenadora do Núcleo de Fissurados de Rondônia, Maria José Michelette, fala um pouco do tratamento oferecido pelo Núcleo:
O tratamento precisa ser feito no tempo correto, já que a demora pode causar danos irreversíveis à fala e, dependendo da gravidade do caso, será necessária uma série de intervenções.
O Núcleo de Fissurados de Rondônia atende a comunidade do estado, mas também recebe casos do sul do Amazonas, parte do Acre e de Mato Grosso. Atualmente, 104 pacientes estão cadastrados e 17 já passaram por cirurgia, totalmente realizada pelo Núcleo de Fissuras.
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