Onze anos de uma difícil espera para vítimas e familiares. Sete dos nove acusados de fazerem parte de uma rede de pedofilia e exploração sexual em Roraima foram condenados este mês, em última instância, com trânsito em julgado. O processo está encerrado e não cabe recurso contra a decisão judicial.
A investigação do caso começou em 2008, após denúncia do Conselho Tutelar de Boa Vista, apurada no âmbito da Operação Arcanjo, da Polícia Civil. O Ministério Público do estado chegou a identificar 19 crianças e adolescentes vítimas dos criminosos.
Entre os condenados em todas as instâncias está um ex-procurador-geral do estado, sentenciado a cumprir pena de 75 anos de reclusão. Um major da Polícia Militar foi condenado a 28 anos.
As penas dos sete réus somam 159 anos de prisão por crimes como estupro, exploração sexual e corrupção de menores. Os réus também foram condenados à perda dos cargos públicos que exerciam na época.
A investigação provou que eles faziam parte de um esquema que contava com a participação de autoridades, servidores públicos e empresários de Roraima. Foram interceptadas ligações telefônicas e imagens que comprovam a exploração sexual de crianças e adolescentes. Aliciadores chegavam a retirar as vítimas de casa ou da escola para atender clientes.
Denúncias de crimes sexuais contra crianças e adolescentes devem ser feitas pelo Disque 100. O Conselho Tutelar, a Polícia Civil e a Polícia Militar também podem ser acionados.