O alto número de atropelamentos de antas em rodovias do Pará levou o Ministério Público Federal a emitir recomendação para proteger os animais ao Ibama e ao Dnit, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
Dados do ICMBio, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, apontam que, entre 2015 e 2018, 51 antas foram atropeladas no trecho da BR-163, que corta o Parque Nacional do Jamanxim e a Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo.
O ponto analisado fica entre os municípios de Altamira e Novo Progresso e, segundo o Instituto, é o que tem a maior quantidade de atropelamento de antas em um só local no Brasil.
A espécie é considerada ameaçada de extinção e está na categoria vulnerável. De acordo com o ICMBio, a morte por atropelamento pode trazer consequências genéticas graves para a população futura de antas e outros vertebrados.
Na recomendação, o MPF pede ao Dnit, que realiza serviços de pavimentação da rodovia, e, ao Ibama, responsável pelo licenciamento, ações urgentes para a proteção dos bichos.
Entre as medidas, estão: a sinalização e a construção de passagens de fauna, a sinalização com placas de limite de velocidade nos trechos com maior registro de atropelamentos, instalação de radares no trecho que atravessa o Parque e a Reserva, instalação de telas, cercas, guias e passagens secas e o monitoramento permanente da situação por meio de campanhas de amostragem.
Todas as medidas devem ser comprovadas com o envio de documentos ao Ministério Público. O Dnit e o Ibama informaram que não foram oficialmente notificados. Após a notificação, o prazo de resposta para as recomendações é de 10 dias.