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Enredos de protestos vencem o carnaval carioca

A escola campeã, Beija-Flor de Nilópolis, e a vice, Paraíso do Tuiuti, levaram para a avenida críticas políticas e sociais e emocionaram a Marquês de Sapucaí

Repórter Nacional

No AR em 15/02/2018 - 09:49

Os enredos de protestos foram os grandes vencedores do carnaval carioca. Tanto a campeã, Beija-Flor de Nilópolis, e a vice, Paraíso do Tuiuti, levaram para a avenida críticas políticas e sociais e emocionaram a Marquês de Sapucaí.

Protestos contra a Reforma da Previdência também estiveram presentes nas arquibancadas do sambódromo durante a apuração dos desfiles. É o decimo quarto título da azul e branco, de Nilópolis, na baixada fluminense, que arrastou  uma multidão ao fim do desfile. Com o  enredo “Monstro é aquele que não sabe amar, os filhos abandonados da pátria que os pariu”, a Beija-Flor abordou a corrupção no paÍs, questões sobre a ecologia, intolerância, homofobia, e violência, levando para a avenida cenas que chocam o Rio de Janeiro corriqueiramente.

Em uma ala, a encenação de um banquete com homens de terno preto com um pano branco na cabeça faziam alusão ao episódio conhecido como farra dos guardanapos, que envolveu o ex-goverrnador Sergio Cabral, empresários e secretários.

Para Marcelo Misailidis, coreógrafo da comissão de frente e autor do enredo da Beija-Flor, o que fica é justamente a vitória da mensagem.

O intérprete Neguinho da Beija-Flor afirmou que os sambas tiveram no mínimo 70% de contribuição para a vitória e que as duas escolas deram voz ao povo. 

Já a vice-campeã, Paraíso do Tuiuti, agremiação do morro do Tuiuti, na zona norte do Rio, foi a grande surpresa do Carnaval. A escola superou o acidente do ano passado que matou a radialista conhecida como Liza Carioca, além de ter deixado vinte pessoas feridas. A agremiação emocionou o público no sambódromo com uma comissão de frente que trazia componentes que se revezavam ora como homens escravizados, ora como pretos velhos. O enredo questionava “se a escravidão no Brasil verdadeiramente acabou?”. A escola trouxe a exploração do trabalho no campo e nas minas como modernas formas de escravidão e fez críticas às novas leis trabalhistas. O último carro apresentava um personagem vampiro com faixa presidencial. 

Para Thiago Monteiro, diretor de carnaval da Tuiuti, a escola fez uma escolha corajosa de um samba e todo o processo foi planejado para brigar pelo título. 

Duas escolas, a Acadêmicos da Grande Rio e a tradicional Império Serrano, foram rebaixadas. A campeã da Série A, Unidos do Viradouro, vai desfilar no Grupo Especial no carnaval do ano que vem. 

Também foram destaques nesta edição:

- Tiroteio em escola da Flórida deixa dezessete mortos

- Transferência de venezuelanos para outros estados começa em março

Ouça o Repórter Nacional na íntegra:


 

Criado em 15/02/2018 - 10:06

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