Uma operação da Polícia Federal prendeu ontem (31) nove pessoas suspeitas de desviar medicamentos de alto custo de hospitais públicos em São Paulo.
A partir dos depoimentos dos presos, a expectativa agora é descobrir como o grupo conseguia retirar os medicamentos da rede pública sem que fosse notado. Entre os presos, está um funcionário público: um motorista do Hospital Emílio Ribas, uma das principais referências para o tratamento de doenças infecto-contagiosas do país e de onde parte dos medicamentos foi desviada.
Para o subprocurador geral do ministério público de São Paulo, Mário Sarrubo, a presença desse motorista é um indício de que outros funcionários públicos podem estar envolvidos no esquemaAlém das prisões, também foram cumpridos 16 de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Goiás, Espírito Santo e no Distrito Federal. Se condenados, os suspeitos vão responder por organização criminosa e crime contra a saúde pública e podem ser condenados a até 12 anos de prisão.
As nove pessoas são acusadas de terem criado uma empresa de fachada que desviava medicamentos de, pelo menos, dois hospitais públicos de São Paulo e depois revendia para médicos e hospitais particulares. São medicamentos caros, usados especialmente no tratamento de câncer. Alguns deles chegam a custar até R$10 mil no mercado.
O Ministério Publico de São Paulo, que coordenou as investigações, ainda não sabe quanto de medicamento pode ter sido desviado, mas já sabe que o grupo faturou mais de R$ 16 milhões com a venda de remédios entre setembro de 2014 e maio de 2016.
A operação Medlecy 2 é um desdobramento de uma primeira operação desmontou uma quadrilha que funcionava em um esquema parecido em 2015, na cidade de Bauru, no interior de São Paulo.
Ouça o Repórter Nacional (7H) desta quinta-feira (1) na íntegra:
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