O ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento e ex-deputado federal, Delfim Netto, foi um dos alvos da fase de número 49 da Lava Jato, chamada de Operação Buona Fortuna. De acordo com os investigadores, Delfim é suspeito de ter recebido vantagens indevidas que seriam direcionadas aos partidos MDB e PT, devido à suposta atuação dele na estruturação do Consórcio Norte Energia para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
De acordo com o procurador da República Athayde Ribeiro Costa, as provas indicam que o ex-ministro pode ter recebido R$ 4 milhões de um total de R$ 15 milhões que ainda seriam pagos a ele. E a estimativa é de que as siglas tenham recebido, pelo menos, cerca de R$ 60 milhões cada.
A nova fase da Lava Jato cumpriu nove mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná e São Paulo em endereços ligados ao ex-ministro.
O procurador informou que as investigações sobre os partidos políticos estão sob sigilo e que a apuração envolvendo o MDB está a cargo do Supremo Tribunal Federal.
A defesa do ex-ministro negou que ele tenha cometido ato ilícito em qualquer tempo. Esclareceu que os valores recebidos foram honorários por consultoria prestada por Delfim Netto. Em nota, o MDB também negou que o partido tenha recebido recursos desviados no Consórcio Norte Energia e considerou indevida a citação de Delfim Netto no processo. Também em nota, o PT avaliou que as acusações não têm o menor fundamento. E acrescentou que na medida em que se aproximam as eleições, os procuradores tentam criminalizar o partido, usando a palavra de delatores que buscam benefícios penais e financeiros.
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