O advogado José Yunes, ex-assessor do presidente Michel Temer, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (29), durante a operação Skala. Antônio Grecco, dono da empresa Rodrimar, também foi preso. As prisões são temporárias, ou seja, tem duração de cinco dias e foram pedidas pela procuradora geral da República, Raquel Dodge.
Também foi preso o ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Ele foi presidente da Companhia de Docas do estado de São Paulo, que administra o porto de Santos. Wagner também é pai do deputado Baleia Rossi, líder do MDB na Câmara.
Todos foram presos no âmbito da investigação que apura suspeitas de irregularidades na edição do decreto presidencial relativo à concessão de portos. O decreto aumentou o prazo para as concessões de áreas portuárias, o que poderia ter beneficiado as atuais empresas concessionárias. A polícia investiga se houve o pagamento de propina por parte das empresas em troca do decreto.
Em nota, o Ministério Público Federal disse que não vai revelar, por enquanto, a identidade dos presos durante operação nesta quinta-feira. Os nomes divulgados até agora foram confirmados pelas defesas dos investigados. Nossa reportagem ainda busca informações de outros presos nessa mesma operação.
As prisões foram autorizadas pelo Luís Roberto Barroso, ministro do STF, que determinou que as ações cautelares fossem cumpridas em sigilo.
Em nota, o advogado de defesa de José Yunes, José de Oliveira Lima, afirmou que a prisão é inaceitável, ilegal e uma violência contra a cidadania, e que José Yunes sempre colaborou com a justiça quando intimado e espontaneamente.
Em novembro do ano passado, Yunes prestou depoimento à polícia federal sobre o decreto relacionado ao setor dos portos.
A defesa do ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse que a prisão é abusiva e que seu cliente aposentou há sete anos e nunca mais atuou na vida pública ou privada, e que nunca foi chamado para depor sobre o caso. Apesar disso, a defesa afirma que Wagner Rossi está seguro de que provará sua inocência.
Já a defesa do dono da Rodrimar, Antônio Grecco, ainda não comentou a prisão, se limitando a confirmar a detenção. A empresa é suspeita de pagar propina pela edição do decreto do setor portuário.
O governo argumenta que a empresa Rodrimar não foi beneficiada por esse decreto.
Em Santa Catarina, o ministro Carlos Marun, comentou hoje as prisões. Ele disse que o governo ainda não sabe os motivos das detenções, mas confia que as investigações vão provar a inocência do presidente Michel Temer.
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