A Polícia Federal cumpriu, nesta terça-feira (24), oito mandados de busca e apreensão e um de prisão no âmbito da operação Lava Jato. Equipes da polícia ficaram mais de 5 horas nos gabinetes do deputado federal Eduardo da Fonte (PP - PE), e do senador do Piaui, Ciro Nogueira, presidente nacional do Partido Progressita.
O objetivo era recolher provas de suposta obstrução a Justiça praticada pelos parlamentares. Segundo a Procuradoria-Geral da República, as medidas cautelares apuram a suspeita de tentativa de compra do silêncio de um ex-assessor do partido, que estaria colaborando com as investigações.
A polícia também cumpriu mandados nas residências dos parlamentares em Brasília, Recife e Teresina. A operação foi autorizada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.
Existe, ainda, um mandado de prisão contra um ex-parlamentar em Boa Vista, Roraima. Como a operação corre em segredo de justiça, não foi possível confirmar o nome do envolvido.
A informação da procuradoria-geral é de que esse ex-parlamentar era quem intermediava essas negociações para silenciar o ex-assessor ou fazê-lo mudar o depoimento com pagamento de despesas e até ameaças. A operação foi um pedido da procuradora-geral Raquel Dodge.
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, que faz a defesa do senador Ciro Nogueira, informou que ele está fora do país e que não teve acesso a detalhes da operação, mas ressaltou que o parlamentar sempre colaborou com a Justiça.
O deputado Eduardo da Fonte, em nota, informou que está a disposição da Justiça e que confia no Judiciário. Ambos os parlamentares do Partido Progressista são alvos de inquérito na operação Lava Jato com base em delação de empreiteiras e da JBS.
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