Digite sua busca e aperte enter

Compartilhar:

Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo são absolvidos no STF

Para a maioria dos ministros, faltaram provas na acusação feita pela Procuradoria-Geral da República, baseada em delações premiadas

Repórter Nacional

No AR em 20/06/2018 - 07:00

Foram quase nove horas de julgamento, até que, no fim da noite dessa terça-feira (19), a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal absolveu a senadora Gleisi Hoffmann e o marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo. Os dois são do PT e Gleisi é a atual presidenta do partido.

Para a maioria dos ministros, faltaram provas na acusação feita pela Procuradoria-Geral da República, baseada em delações premiadas. O resultado só saiu no último voto, do ministro Ricardo Lewandowski.

A PGR acusava Gleisi Hoffmann, Paulo Bernardo e o empresário Ernesto Rodrigues de fazerem parte de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com delatores que fecharam acordo de colaboração premiada com a operação Lava Jato, Gleisi teria pedido R$ 1 milhão em caixa dois de campanha na eleição de 2010. Em troca, manteria Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobras.

Por unanimidade, os ministros absolveram Paulo Bernardo e Ernesto Rodrigues. Mas, para o relator Edson Fachin, os indícios apontavam que a senadora recebeu o recurso para a campanha, mas não declarou os valores na prestação de contas. Seria a prática de falsidade ideológica eleitoral, também chamada de caixa dois de campanha.

O ministro revisor, Celso de Mello, foi o único a acompanhar o relator nesse ponto. O principal indício do recebimento de recursos não declarados seria uma anotação manuscrita na agenda de um delator, onde estava escrito “1.0”, que significaria R$ 1 milhão, e, ao lado, as letras “PB”, que indicaria o destinatário do valor: Paulo Bernardo.

O ministro Antônio Dias Toffoli discordou e destacou que uma prova produzida pelo próprio delator não era suficiente para a condenação. Toffoli concluiu que, devido à falta de provas, os três réus deveriam ser absolvidos. Ele foi acompanhado pelos ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Os ministros também afirmaram que a acusação não conseguiu comprovar o chamado “ato de ofício”. É quando um agente público usa o cargo para beneficiar quem deu dinheiro.

Ouça também no Repórter Nacional:

- Aumento do poder de compra dos beneficiários do Bolsa Família pode chegar a 20%

- Ministra Rosa Weber é a nova presidente do TSE

- Sírios representam 35% dos refugiados no Brasil

 

Criado em 20/06/2018 - 10:21

Mais do programa