Nesta quarta-feira, 18 de julho, Nelson Mandela, que partiu da luta armada para um caminho que o levaria a ser o primeiro presidente negro da África do Sul, completaria 100 anos de idade. Foram 27 anos preso com base em leis condenadas pela maioria de seu povo e pela comunidade internacional. No ano em que foi libertado, Nelson Mandela visitou o Brasil.
O líder da luta contra o regime de segregação racial conhecido como Apartheid foi recebido em agosto de 1991 por 40 mil pessoas no Sambódromo do Rio de Janeiro e mais milhares em outras cidades. E isso não foi à toa, como comenta Ivair dos Santos, sociólogo especialista em estudos sobre África Contemporânea.
A intenção de Mandela com a visita era pedir que as sanções à África do Sul se mantivessem até o fim do apartheid. O economista e vereador de Salvador Sílvio Humberto menciona que outros líderes do movimento negro sul-africano mantinham diálogo com o Brasil.
Depois da eleição de Mandela para a presidência da África do Sul, o apoio se transformou em cooperação bilateral, como comenta Ivair dos Santos.
Enquanto a principal conquista brasileira foram as ações afirmativas para garantir o acesso da população negra à universidade, o sociólogo conta que o governo sul-africano avançou em diversas áreas, inclusive inserção econômica.
Como presidente, Mandela não conversou apenas com os chefes de estado brasileiros. Ele se reunia com os movimentos negros e com representantes do movimento sindical. O efeito disso foi que em 2001, na África do Sul, quando ocorreu a terceira Conferência da ONU contra o Racismo, a maior delegação foi a brasileira.
Mandela faleceu em 2013. Ivair dos Santos e Silvio Humberto comentam que nestes últimos dois anos as relações entre Brasil e o continente africano estão enfraquecidas e precisam ser recolocadas dentro das estratégias da diplomacia brasileira, que historicamente sempre valorizou o relacionamento com países em desenvolvimento.
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