Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), chegou na tarde desta quinta-feira (18) ao presídio de Bangu 8, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, ele ficará em isolamento social por 14 dias, por causa da pandemia de Covid-19.
O advogado de Queiroz, Paulo Emílio Catta Preta, afirmou que vai pedir a transferência dele para uma unidade prisional da Polícia Militar. Segundo a defesa, o cliente relatou que vem recebendo ameaças. Paulo Emílio disse que seu cliente relatou ter recebido ameaças e que temia pela própria vida. A afirmação foi feita nesta quinta-feira a jornalistas, na saída do presídio de Benfica, na zona norte do Rio, para onde o ex-assessor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro foi levado, após ter sido preso em Atibaia, no interior de São Paulo. Perguntado se Queiroz especificou algum tipo de ameaça sofrida, Catta Preta disse que teve apenas 20 minutos de conversa, e que a prioridade foi tratar da libertação e possível revogação da prisão preventiva.
A defesa afirmou, ainda, que entrará com um pedido de transferência para um batalhão da Polícia Militar. Queiroz é policial reformado e, por isso, teria a prerrogativa.
O ex-assessor chegou ao Rio no início da tarde desta quinta-feira, a bordo de um helicóptero da Polícia Civil. Ainda no aeroporto de Jacarepaguá, na zona oeste carioca, recebeu voz de prisão. Depois de passar pelo IML, onde fez exame de corpo delito, como é de praxe, ele foi encaminhado para o presídio de Benfica. A ação que resultou na prisão de Queiroz foi feita em conjunto pelos Ministérios Públicos do Rio de Janeiro e de São Paulo, com apoio da Polícia Civil paulista.
O ex-assessor foi localizado em um imóvel de Frederick Wassef, advogado da Família Bolsonaro. Segundo Catta Preta, Queiroz não esclareceu porque estava em São Paulo.
A operação, batizada de Anjo, cumpriu também mandados de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares, relacionadas ao inquérito que investiga a suposta "rachadinha", no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando ele exercia mandato na Alerj. No esquema, funcionários devolveriam parte dos salários ao deputado, que tinha como braço direito Queiroz.
Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentação atípica de R$1,2 milhão, em uma conta em nome do ex assessor. A partir daí, o esquema passou a ser investigado pelo Ministério Público.
Flavio Bolsonaro, em postagem no Twitter, disse que encara a prisão do ex-assessor com tranquilidade e que acredita que a verdade vai prevalecer. O senador afirmou, ainda, que a operação é mais uma tentativa de atacar o presidente Bolsonaro.
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