Quase 50 anos anos depois da última missão tripulada à Lua, a Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa), anunciou nessa segunda-feira que encontrou moléculas de água na superfície visível do nosso satélite natural.
O anúncio foi feito pelo diretor de Astrofísica nas Missões Científicas da Nasa, Paul Hertz. Ele lembrou que os pesquisadores já haviam encontrado gelo formado por água no lado oculto — e mais gelado — da Lua.
Apesar de os astronautas e robôs terem trazido para a Terra quase 400 quilos de rocha lunar, a descoberta foi feita por um avião capaz de voar bem mais alto que as aeronaves comerciais. Não é um avião qualquer. É o Sofia: Observatório Estratosférico para Astronomia Infravermelha, que usa raios invisíveis aos olhos humanos para decompor a luz atrás de elementos químicos.
Nos últimos anos, outras missões da Nasa e da Agência Espacial da Índia já haviam analisado a Lua com infravermelho, mas os cientistas imaginavam que as moléculas eram de hidroxila, formadas por um átomo de oxigênio e outro de hidrogênio, e não de água, que têm um hidrogênio a mais.
E isso faz toda a diferença, porque é da água que sai o oxigênio que respiramos. Também precisamos de água para beber. E a água é essencial para a formação da vida como conhecemos.
O Sofia encontrou as moléculas de água na cratera conhecida como Clavius. É uma estrutura grande, visível até a olho nu da Terra, próximo ao Polo Sul da Lua. E está longe de ser um lago. A proporção encontrada nessa região é de que, num espaço onde cabe mil litros, existam apenas 350 mililitros de água. É mais que o esperado pelos pesquisadores, mas o deserto do Saara tem 100 vezes mais água do que isso.
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