A Organização Internacional para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou um documento que prevê retração na economia brasileira este ano, mas indica retomada do crescimento econômico e saldo positivo, já em 2021.
Nessa quarta-feira (16), a instituição apresentou um novo relatório sobre o Brasil, no qual afirma que o governo brasileiro reagiu de maneira decisiva à crise da covid-19, apoiando, sobretudo, os mais vulneráveis. Segundo a OCDE, as medidas terão reflexos positivos de longo prazo.
A organização internacional também apresenta recomendações: uma espécie de dever de casa para o Brasil. Entre as propostas, está a revisão dos gastos púbicos, com a redução de subsídios e isenções fiscais para empresas, por exemplo. Segundo a OCDE essa política corresponde a cerca de 5% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
A organização critica a alta carga tributária, propõe o avanço das reformas, como a fiscal, e políticas de capacitação para preparar os trabalhadores para as mudanças que estão pela frente.
O ministro da economia Paulo Guedes afirmou que o diagnóstico da OCDE está alinhado com as ações do governo, porque destaca a importância de avançar com as reformas econômicas. Guedes disse ainda que o cenário provocado pelo novo coronavírus foi desafiador e lembra que o país gastou mais de 8% em déficit primário nas ações de combate à pandemia.
Não é só de corte de gastos que fala o relatório da OCDE. A organização sugere que o Brasil amplie o número de beneficiários e o valor do Bolsa família e invista em fiscalização para conter crimes ambientais. O Secretário-Geral da OCDE, Angel Gurría disse que o Brasil tem potencial para liderar o caminho de reconstrução da economia global de forma mais sustentável e inclusiva.
Ainda de acordo com o relatório, a saúde da economia brasileira e mundial dependem também de uma população imunizada contra o novo coronavírus. Para Alvaro Pereira, diretor da OCDE, a aplicação da vacina nos próximos meses é fundamental para a recuperação da economia.
A organização estima que sem o sucesso da vacinação, a economia mundial pode crescer entre 1 e 2% a menos.
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