Saída do Brasil da OMC para entrar na OCDE pode não ser vantajoso

Em visita ao presidente norte-americano, Donald Trump, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, anunciou que o país vai abrir mão do tratamento diferenciado que os países em desenvolvimento recebem da Organização Mundial do Comércio (OMC) para ter o apoio dos Estados Unidos na adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – grupo que contempla países ricos.

Em entrevista ao programa Revista Brasil, o cientista político e economista Newton Marques explicou que o ideal e mais vantajoso seria que o Brasil mantivesse o tratamento diferenciado que tem na OMC e ingressasse na OCDE.

Ouça a entrevista no player abaixo:

"Se o Brasil conseguisse manter o tratamento diferenciado na OMC e ingressasse na OCDE, eu acho que seria muito mais vantajoso", afirmou.

Segundo o especialista, esse tratamento diferenciado permite que países em desenvolvimento possam ter um programa de subsídios.

Ele acrescentou que ainda não é possível competir de igual para igual com os países desenvolvidos.

Ainda de acordo com o professor, o ingresso do Brasil na OCDE vai tornar a relação com os BRICS complicada.

“Eu tenho minhas dúvidas se isso daí vai ser bom para a nossa industrialização, se nós estamos, justamente lutando com a reprimarização dos produtos de exportação, que é justamente o Brasil não estar exportando valor agregado e sim produtos primários, isso daí fica mais difícil ainda. Será que nós vamos continuar exportando produtos primários para a OCDE?, declarou.

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