O governo vai lançar em breve o Programa Nacional de Saneamento Rural, com atenção especial aos povos indígenas, quilombolas e assentamentos e ações previstas até 2038. A informação é do presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Ronaldo Nogueira, que participou hoje (5) de entrevista exclusiva ao programa Revista Brasil.
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"É uma novidade porque o Brasil não teve, ainda, uma ação concreta para a população rural nas questões de saneamento. São ações de curto prazo, voltadas à questão da educação para promover mudança de comportamento, e ações de execução, de médio e longo prazo", declarou.
O direito ao saneamento é essencial para o ser humano, mas o desafio é imenso, explicou Nogueira. Hoje a Funasa tem mais de 2,4 mil obras em andamento, distribuídas nas 27 unidades da federação, com destaque para as regiões Norte e Nordeste, mas ainda há muito a ser feito.
"O Brasil real é um Brasil de 100 milhões de pessoas com o esgoto correndo a céu aberto na frente das suas casas, e isso faz com que elas fiquem doentes. O Brasil real é o Brasil de um idoso morrendo sem conhecer um vaso sanitário na vida. O Brasil real é o país de 35 milhões de pessoas que não tem um copo de água para beber", afirmou
Nogueira disse, ainda, que o Brasil produz uma média de 11 milhões de toneladas de lixo por dia e apenas 1,5% tem um destino adequado. "Esse lixo é lançado de forma irresponsável no meio ambiente. Quem produz o lixo não é responsabilizado", disse.
A Funasa, através de parcerias com universidades, vai promover investimentos na educação ambiental, com foco nos estudantes de ensino fundamental, visando formar uma nova geração com mais consciência sobre o seu papel na preservação do meio ambiente.
Nos próximos dias 24 e 25 será realizada em Brasília uma reunião com todos os superintendentes da Funasa para organizar o planejamento estratégico de 2020 e estabelecer metas específicas para cada unidade da federação, conforme as suas necessidades. "A orientação do governo é que possamos ter um olhar muito especial para as regiões Norte e Nordeste e, em especial, para as comunidades indígenas, quilombolas e os assentamentos", explicou.
Ao encerrar a entrevista, Nogueira destacou o papel do rádio como uma ferramenta poderosa para alcançar as pessoas. "O rádio é fundamental para promover uma revolução cultural de mudança de comportamento no que diz respeito a essas questões de responsabilidade ambiental. Sem o rádio não há transformação de sociedade, não há mudança de vidas. A Rádio Nacional é uma referência, pela sua natureza, seus princípios, sua transparência e responsabilidade com o jornalismo verdadeiro e puro", concluiu.
O Revista Brasil vai ao ar de segunda-feira a sábado, às 8h, na Rádio Nacional de Brasília. É transmitido de segunda a sexta-feira, às 8h, na Rádio Nacional da Amazônia e na Rádio Nacional do Rio de Janeiro.