Os transtornos mais comuns e frequentes da tireoide são o hipotireoidismo, quando ocorre a diminuição dos hormônios secretados pela glândula, e o hipertireoidismo, quando há um aumento desta produção. Como são consideradas doenças autoimunes, podem trazer complicações mais sérias em caso de contaminação pelo novo coronavírus.
"De longe, o hipotireoidismo é o mais prevalente e, aqui no Brasil, essa taxa está em torno de 10 a 12% da população em geral. O hipotireoidismo afeta o corpo como um todo e pode trazer complicações importantes, como as cardíacas, alterações de cognição, afetando o aprendizado e a memória. E, agora, surge mais essa preocupação, que é a interação entre a covid-19 e esses transtornos da tireóide", explica o presidente do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, José Augusto Sgarbi. Ele ressalta ainda "É importante manter o uso da medicação e seguir as orientações do médico."
Segundo José Augusto, um outro cenário são pacientes que desenvolvem algum transtorno da tireoide, desencadeados pela covid-19. "Cerca de 25% das pessoas que têm casos mais graves da doença acabam tendo a tireóide afetada. Já que o vírus provoca uma inflamação, a tireoidite, que pode surgir durante a covid, ou dias e semanas depois."
A relação entre a tireoide e a covid-19 será um dos temas a ser discutido durante o 19º Encontro Brasileiro de Tireoide, promovido pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, que ocorrerá de forma virtual nos próximos dias 30 e 31 de outubro, com a participação de 3,5 mil inscritos de todo o país.
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