Um grupo de alunos voluntários da PUC-Campinas está lançando a cartilha “Pessoas com Familiares em Presídios: Como Posso Ajudar?”, um projeto desenvolvido em parceria com o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) do Jardim Novo Ângulo, de Hortolândia (SP).
Coordenada pela professora da Faculdade de Ciências Sociais, Camilla Marcondes Massaro, a cartilha traz dados sobre a população carcerária na região de Campinas e no Brasil, aborda direitos dos familiares dos presos e busca combater as fake news e desmistificar preconceitos, dando dicas também para quem quiser auxiliar os familiares desses detentos, que também enfrentam dificuldades e preconceitos.
“As pessoas que estão fora acabam sofrendo preconceito por terem um familiar preso. Então, em muitos casos, essas famílias acabam tendo que esconder essa situação para não perderem o emprego, ou a escondem quando buscam algum serviço público, como a mulher gestante no posto de saúde. E mesmo as crianças, filhas dessas pessoas, às vezes têm a privação do convívio com os coleguinhas porque os pais dos colegas têm medo que os seus filhos convivam com alguém que está atrás das grades", explica a professora.
Nesta entrevista ao Revista Brasil, Camila Massaro destacou algumas angústias vividas pelos presos e seus familiares. Com a pandemia da covid-19, por exemplo, as visitas aos presídios foram suspensas desde março para evitar contaminações, mas gerou uma angústia muito grande pela falta de notícias e de contato. "A angústia se dá muito no retorno ao convívio social, porque a gente tem também uma situação de bastante preconceito com os egressos do sistema prisional. Por exemplo, para recomeçar a vida a partir de um emprego, que muitas vezes é negado."
Vários projetos estão sendo desenvolvidos com as secretarias de governo, empresas e organizações não governamentais, buscando parcerias que auxiliem o egresso do sistema prisional e promovam a sua reinserção no mercado de trabalho ou que o habilite a exercer uma atividade profissional autônoma.
“A cartilha está sendo disponibilizada nas redes sociais e pode ajudar todos os grupos que tentam fazer um trabalho de sensibilização da comunidade em relação a essa questão", destaca a professora.
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