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Situações de escravidão atingem mais de 40 milhões de pessoas no mundo

Ouça a entrevista com Alessandra Benedito, professora de direitos humanos da Universidade Presbiteriana Mackenzie de Campinas

Revista Brasil

No AR em 03/12/2020 - 17:07

O Dia Internacional para a Abolição da Escravatura é celebrado anualmente em 2 de dezembro e procura alertar para a existência de situações de escravidão. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, mais de 40 milhões de pessoas em todo o mundo vivem em circunstâncias de exploração, que vão desde o trabalho infantil ao casamento forçado, ou qualquer tipo de tráfico humano.

O Revista Brasil conversou sobre o tema com Alessandra Benedito, professora de direitos humanos da Universidade Presbiteriana Mackenzie de Campinas.

Ouça no player abaixo:


“Esse número não é distribuído de forma igualitária ao longo do planeta. Países nos quais você tem a situação de pobreza e de vulnerabilidade social e econômica são localidades mais prováveis a estarem submetidas à situação da escravidão contemporânea em todas as suas facetas. Mas não é exclusividade destes países, porque quando você pensa em casamento forçado isso acontece em nações consideradas ricas, economicamente falando", destaca.

 

Nesta entrevista ao Revista Brasil, ela afirma que o país ainda não conseguiu atingir as metas da Agenda Nacional de Trabalho Decente.

 

"Esta seria uma agenda para a criação de leis e de políticas públicas e de ações afirmativas para erradicar coisas como trabalho análogo ao escravo, trabalho forçado, servidão por dívida, trabalho infantil. Mas a gente não conseguiu, nem de longe, atingir essas metas. Além disso, a gente ainda teve o aumento significativo do número de pessoas que vivem em situação de pobreza extrema. Temos 6,5% da população brasileira vivendo com menos de R$ 151,00 por mês. Viver com menos de R$ 151,00 por mês significa estar submetido a uma série de riscos. A gente está falando em condição de desigualdades."

 

Alessandra também destacou a questão da fiscalização, o que dificulta as ações de combate ao trabalho análogo à escravidão no país. "A gente tem uma dificuldade gigante que foi se agravando nos últimos anos, que é a fiscalização. São poucos fiscais do trabalho. E esses fiscais têm uma condição desumana de trabalho. Dependendo da região do país, eles correm risco de vida quando vão fazer as diligências."

Ela afirmou ainda a importância da educação para conscientizar as pessoas e reforçou que a sociedade deve repensar o seu papel. 

Criado em 03/12/2020 - 17:28

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