O dia 13 de maio marca a abolição da escravatura, quando em 1888 a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea.
Para falar sobre Joaquim Nabuco e a importância dele no movimento abolicionista brasileiro, o Revista Brasil convidou o escritor e filósofo Andrei Venturini Martins, coordenador da pós-graduação no Instituto Federal de São Paulo (IFSP) e membro da Associação Brasileira de Filosofia da Religião (ABFR). Ele é o autor do livro Joaquim Nabuco - Um abolicionista liberal do Brasil, finalista do prêmio Jabuti.
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Joaquim Nabuco era de família escravocrata e viu a escravidão como uma instituição nefasta quando, aos oito anos de idade, um escravo se joga aos seus pés e pede que seja comprado para não ser morto. Como deputado, atuou em favor da abolição da escravatura.
Segundo o escritor, a então Lei Áurea, que tinha apenas dois artigos, causou espanto inclusive a Joaquim Nabuco, que já sabia que a escravidão não desaparecia com um decreto.
A lei foi promulgada, mas os libertos tinham medo de serem sequestrados pelos fazendeiros, então foram para a periferia para buscar visibilidade nos grandes centros.
Venturini Martins afirma que a imigração europeia para o Brasil trouxe um dano para a população negra e é percebido que o racismo já estava presente de forma estrutural na sociedade.
Os primeiros italianos e seus descendentes conseguiram direitos que lhes deram bens e benefícios e, de quebra, houve um efeito colateral na vida do negro, exemplifica o escritor.