Nos primeiros três meses de 2023, as violações de direitos humanos contra pessoas idosas chegaram a 202 mil registros em todo o país. O número é 97% maior se comparado com o mesmo período de 2022, quando foram registradas 102,8 mil violações. As violações são qualquer fato que atente ou viole os direitos humanos de uma vítima. Esses números podem envolver um número menor de pessoas físicas, uma vez que uma denúncia pode ser registrada a respeito de mais de uma violação
Este alarmante dado foi repercutido pelo Revista Brasil com Symone Bonfim, diretora de Proteção dos Direitos da Pessoa Idosa na Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, ligada ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).
A diretora aponta algumas hipóteses para a crescente de casos registrados: o aumento da violência contra pessoas idosas ou o próprio trabalho de divulgação e de acesso ao Disque 100, que fez com que mais pessoas denunciassem as violações. Segundo a diretora, a maior parte das denúncias são feitas por terceiros: "A violência contra a pessoa idosa é naturalizada pela própria vítima. Pode ser entendida como um cuidado excessivo, um apoio, mas que na verdade constitui uma violação. Outro desafio é entrar na relação familiar, o que não é fácil", explica Symone.
A principal violação cometida contra idosos é a exposição de risco à saúde, seguida por maus tratos, abandono, negligência, tortura física e insubsistência afetiva. Violações ligadas à questão patrimonial também são bastante frequentes. Em vários casos, os filhos aparecem como os agressores.
A entrevistada também detalha quais as ações e as estratégias que a secretaria está tomando para proteger os direitos das pessoas idosas.
Ouça a entrevista completa no player acima.