O fim das sanções internacionais econômicas aplicadas ao Irã faz com que a nação tenha um poder maior de barganha no cenário regional. O geógrafo e mestre em Estudos Regionais do Oriente Médio e pesquisador das Relações Diplomáticas entre a América do Sul e o Oriente Médio, Jorge Mortean, convidado pelo Revista Brasil para fazer esta análise, diz que o Irã sempre foi uma peça fundamental dentro do jogo neopolítico do Oriente Médio.
O professor diz que todas as potências que dominaram e tentam dominar o Oriente Médio passam pelo Irã, pelo fato de o país ser importante, por conta do tamanho do seu território, comparando-o com outros da região, equivale a cinco vezes o tamanho da Espanha, tem uma população de 78 milhões de habitantes, boa reserva de hidrocarboneto (petróleo e gás natural), ou seja, detém no seu subsolo uma importante máquina energética não só para a região,mas para o resto do mundo.
"O Irã tem um fator cultural diferenciado, apesar de comungarem a mesma religião com seus vizinhos, como Arábia Saudita, Turquia, Síria e Líbano, eles não são etnicamente muçulmanos, eles são persas e este é uma grande vantagem, e portanto, têm uma outra visão de mundo, social e política e isso faz com que as relações diplomáticas sejam diferenciadas", diz.
O geógrafo e especialista em relações diplomáticas fala sobre a suspensão das sanções que fazem com que os 100 bilhões de dólares que estavam congelados no exterior retornem ao Irã, para que o país possa investir e remodelar sua economia.
Para entender melhor sobre a relação do Irã com o restante do mundo, ouça esta entrevista na íntegra ao Revista Brasil, com apresentação de Valter Lima.
O programa vai ao ar de segunda-feira a sábado, às 8h, na Rádio Nacional de Brasília.